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ANC quer acusados de corrupção nas eleições na África do Sul

O Congresso Nacional Africano (ANC) defendeu hoje a inclusão de quadros do partido que enfrentam acusações de corrupção pública na lista de candidatos às eleições gerais de 29 de maio na África do Sul.

ANC quer acusados de corrupção nas eleições na África do Sul
Notícias ao Minuto

21:16 - 11/03/24 por Lusa

Mundo África do Sul

Em conferência de imprensa, em Joanesburgo, o secretário-geral do ANC, Fikile Mbalula, sublinhou que, após "um processo rigoroso" na seleção dos candidatos ao parlamento, o comité de integridade do partido no poder decidiu incluir seis funcionários que foram implicados na comissão de inquérito 'Zondo' "porque passaram pela Comissão de Integridade do partido".

De acordo com Mbalula, cerca de 20 quadros do ANC foram implicados na comissão de inquérito liderada pelo juiz Raymond Zondo, que investigou durante quatro anos a grande corrupção pública na administração do antigo Presidente Jacob Zuma (2009-2018) estimada em mais de 20 mil milhões de euros.

Uma sondagem divulgada hoje revela que o apoio eleitoral ao Congresso Nacional Africano caiu de 41% para 39% nos últimos 12 meses.

De acordo com a Fundação Brenthurst, que realizou a sondagem, o ANC poderá ser forçado a alargar a atual coligação governativa após as eleições gerais de 29 de maio.

O ANC, antigo movimento de Libertação nacionalista liderado por Mandela, governa desde as primeiras eleições multirraciais e democráticas em 1994 em coligação com o Partido Comunista da África do Sul (SACP) e a Confederação Sindical da África do Sul (COSATU).

A sondagem indica que, a nível nacional, o principal partido de oposição Aliança Democrática (DA, na sigla em inglês) foi a única formação política a crescer, de 23% para 27%, desde outubro do ano passado, sendo a terceira maior força política a seguir à aliança Carta Multipartidária (MPC), com 33%, recentemente formada pelos partidos DA, IFP, ActionSA, ACDP e FF Plus.

O partido MK do ex-Presidente Jacob Zuma, antigo líder do ANC, surge na quarta posição com 13% do voto de preferência, à frente do partido de esquerda radical Combatentes da Liberdade Económica (EFF), que caiu de 17% para apenas 10% nos últimos 12 meses.

Segue-se depois o Partido Livre Inkatha (IFP), de base tradicional Zulu e atual quarta maior força política no parlamento, com um decréscimo de 7% para 2% do voto de preferência.

Já na província de Gauteng, onde se situa Pretória, a capital do país, e Joanesburgo, a capital económica, a sondagem da Fundação Brenthurst indica que a aliança multipartidária MPC domina com 38%, seguida do ANC com 34%, do DA 32%, e do partido EFF com 11% do eleitorado.

A sondagem indica ainda que 80% dos sul-africanos acreditam que "o país está a ser governado na direção errada", apontando o desemprego (28%), a corrupção (27%), crise de eletricidade (17%), fraca liderança (12%), crime (11%), e sistema político falhado (4%) como principais problemas.

Mais de metade (53%) dos eleitores apontam a governação do ANC como a causa dos problemas do país nas últimas três décadas, sendo que 11% atribui ao anterior regime de "apartheid", abolido em 1994, 8% dos inquiridos à Constituição e 6% à política elitista de empoderamento negro (BEE) fomentada pelo ANC.

A recente sondagem indica também que cerca de 43% dos eleitores acreditam que a África do Sul deveria alinhar-se com as democracias ocidentais, contrariamente a apenas 19% dos inquiridos que favorecem os países BRICS (Brasil, Rússia, índia, China e África do Sul).

A política de "não-alinhamento" do Governo do ANC sobre a invasão militar russa da Ucrânia afastou 24% dos eleitores, sendo que 23% afirmaram também estar "menos inclinados" a votar no ANC nas eleições gerais de 29 de maio devido à posição do partido no poder sobre o conflito entre Israel e o grupo armado palestiniano Hamas, na Faixa de Gaza, segundo a sondagem da Fundação Brenthurst.

As eleições gerais na África do Sul, marcadas para 29 de maio, assinalam as primeiras três décadas de democracia sob a governação do ANC de Nelson Mandela após a queda do anterior regime de 'apartheid' em 1994.

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