Gangues tentam tomar principal aeroporto do Haiti
Gangues fortemente armadas tentaram na segunda-feira tomar o controlo do principal aeroporto internacional do Haiti, trocando tiros com a polícia e soldados.
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Mundo Haiti
Governo, inserido numa explosão de violência que incluiu uma fuga em massa das duas maiores prisões do país.
O Aeroporto Internacional Toussaint Louverture estava encerrado quando ocorreu o ataque, sem aviões a operar e sem passageiros no local.
Os jornalistas da Associated Press viram um camião blindado na pista a disparar contra os gangues para tentar impedi-los de entrar no recinto do aeroporto, enquanto dezenas de funcionários e outros trabalhadores fugiam das balas.
Tratou-se do maior ataque ao aeroporto na história do Haiti.
Na semana passada o aeroporto já tinha sido em alguns momentos atingido por balas, no meio de contínuos ataques de gangs, mas estes não entraram no aeroporto nem tomaram o seu controlo.
O ataque ocorreu poucas horas depois de as autoridades haitianas terem ordenado um recolher obrigatório noturno, na sequência da violência com que membros de gangs armados invadiram as duas maiores prisões e libertaram milhares de reclusos durante o fim de semana.
"O secretário-geral está profundamente preocupado com a rápida deterioração da situação de segurança em Port-au-Prince, onde bandos armados intensificaram os seus ataques a infraestruturas críticas durante o fim de semana", disse o porta-voz da ONU Stephane Dujarric.
Um estado de emergência de 72 horas começou na noite de domingo. O Governo disse que iria tentar localizar os reclusos que fugiram, incluindo de uma penitenciária onde a grande maioria estava em prisão preventiva, com alguns detidos acusados de assassínios, raptos e outros crimes.
"Foi ordenado à polícia que utilizasse todos os meios legais à sua disposição para fazer cumprir o recolher obrigatório e prender todos os infratores", afirmou num comunicado o ministro das Finanças, Patrick Boivert, o primeiro-ministro em exercício.
Estima-se que os gangues já controlarão até 80% de Porto Príncipe, a capital. Estão cada vez mais coordenando as suas ações e escolhendo alvos antes impensáveis, como o Banco Central.
O primeiro-ministro, Ariel Henry, viajou para o Quénia na semana passada para tentar obter apoio para uma força de segurança apoiada pelas Nações Unidas, para ajudar a estabilizar o Haiti no seu conflito com os cada vez mais poderosos grupos criminosos.
Stephane Dujarric disse que o secretário-geral enfatizou a necessidade de ações urgentes, especialmente no fornecimento de apoio financeiro para a missão, "para atender às necessidades urgentes de segurança do povo haitiano e evitar que o país mergulhe ainda mais no caos".
A Polícia Nacional do Haiti tem cerca de 9.000 agentes para garantir a segurança de mais de 11 milhões de pessoas, de acordo com a ONU.
O fim de semana mortal ficou marcado por uma mais acentuada espiral de violência do Haiti. Pelo menos nove pessoas foram mortas desde quinta-feira - quatro delas polícias - quando as gangues intensificaram os ataques coordenados a instituições estatais em Porto Príncipe, incluindo o aeroporto internacional e o estádio nacional de futebol.
Mas o ataque à Penitenciária Nacional no final de sábado chocou os haitianos, que estão acostumados a viver sob a constante ameaça de violência.
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