O Haiti vive momentos muito tensos, na sequência de uma fuga em massa protagonizada por quase 3.600 presos. Neste momento, cerca de 80% da capital do país, Porto Príncipe, é controlada por gangues, que permitiram a fuga, diz a BBC.
Os líderes dos grupos criminosos em questão exigiram a demissão do primeiro-ministro, Ariel Henry, que se mantém em parte incerta desde que viajou para o Quénia na quinta-feira, continua a cadeia britânica.
"Todos nós, grupos armados nas cidades provinciais e grupos armados na capital, estamos unidos", disse o líder de um dos gangues envolvidos no ataque, Jimmy Chérizier (de alcunha 'Barbecue'), acusado de estar por trás de vários massacres em Porto Príncipe.
Os presidiários ficaram à solta após um ataque por gangues armados na noite de sábado à prisão civil da capital do Haiti. Momentos antes, várias esquadras terão sido atacadas, para distrair a atenção das autoridades.
Viveram-se intensos confrontos dos gangues com a polícia e, na manhã de domingo, foram localizados vários corpos espalhados por diferentes pontos da capital haitiana, como Lalue, Christ Roi e arredores da Penitenciária Nacional.
Na prisão atacada registaram-se pelo menos dez mortos, como a agência espanhola EFE verificou no local.
O governo haitiano informou, no domingo, que para "restabelecer a ordem e tomar as medidas adequadas para recuperar o controlo da situação", decretou o estado de emergência e um recolher obrigatório em Porto Príncipe, devido à "deterioração da segurança" e aos ataques a duas prisões por bandos armados. O recolher obrigatório vai vigorar entre as 18h00 e as 05h00 de segunda, terça e quarta-feira.
"As forças da ordem foram mandatadas para utilizar todos os meios legais à sua disposição para garantir o respeito do cessar-fogo e para deter os infratores", lê-se a nota em assinada por Patrick Michel Boivert, primeiro-ministro na ausência de Ariel Henry.
Um funcionário voluntário da prisão disse à agência de notícias Reuters que 99 prisioneiros - entre eles ex-soldados colombianos presos pelo homicídio do presidente haitiano Jovenel Moïse, em 2021 - preferiram ficar nas suas celas, por medo de morrer no fogo cruzado.
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