Gaza. Número de mortos sobe para 115 durante entrega de ajuda humanitária

As autoridades da Faixa de Gaza recuperaram hoje mais três corpos nos arredores da cidade de Gaza, elevando para 115 o número de mortos durante uma entrega de ajuda humanitária no enclave, que atribuem a ataque militar israelita.

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© AFP via Getty Images

Lusa
01/03/2024 18:07 ‧ 01/03/2024 por Lusa

Mundo

Gaza

Ashraf al Qidr, um porta-voz do Ministério da Saúde do Hamas, o movimento islamita que controla Gaza, indicou em comunicado que três corpos foram transferidos para o hospital Al Shifa após serem recuperados numa zona perto da rua Al Rashid, onde na quinta-feira decorreu a concentração de civis, que afirma ter sido alvo de disparos das forças israelitas.

As autoridades de Gaza denunciaram um "massacre" cometido pelo Exército de Israel, acusando-o de atacar civis concentrados junto a uma coluna humanitária. Por sua vez, a Autoridade Palestiniana referiu-se a um "atroz massacre" e sublinhou que "é parte integrante da guerra genocida por parte do Governo de ocupação".

Por sua vez, o Exército de Israel atribuiu a matança a uma "fuga desordenada" e limitou a dez as pessoas mortas pelos militares. Publicou ainda um vídeo que demonstra a aglomeração de pessoas junto aos veículos, e quando se agrava a crise humanitária no enclave, em particular na zona norte.

No ataque de 07 de outubro do movimento islamita Hamas em território junto à Faixa de Gaza, foram mortas cerca de 1.200 pessoas, na sua maioria civis, mas também perto de 400 militares, segundo números oficiais israelitas. Cerca de 240 civis e militares foram sequestrados, com Israel a indicar que mais de 100 permanecem na Faixa de Gaza, território controlado pelo Hamas desde 2007.

Em retaliação, Israel, que prometeu destruir o movimento islamita palestiniano, bombardeia desde então a Faixa de Gaza, onde, segundo o governo local liderado pelo Hamas, já foram mortas mais de 30.000 pessoas -- na maioria mulheres, crianças e adolescentes -- e feridas pelo menos 70.000, também maioritariamente civis. Cerca de 8.000 corpos permanecem debaixo dos escombros, segundo as autoridades locais.

As agências da ONU indicam ainda que 156 funcionários foram mortos em Gaza desde 07 de outubro.

Também hoje, a Comissão de Proteção dos Jornalistas, associação com sede em Nova Iorque, revelou que 70 dos 99 jornalistas e trabalhadores da comunicação social mortos em 2023 foram vítimas de "ataques israelitas a Gaza".

A ofensiva israelita também tem destruído a maioria das infraestruturas de Gaza e perto de dois milhões de pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas, a quase totalidade dos 2,3 milhões de habitantes do enclave.

A população da Faixa de Gaza também se confronta com uma crise humanitária sem precedentes, devido ao colapso dos hospitais, o surto de epidemias e escassez de água potável, alimentos, medicamentos e eletricidade.

Desde 07 de outubro, mais de 400 palestinianos também já foram mortos pelo Exército israelita e por ataques de colonos na Cisjordânia e Jerusalém Leste, territórios ocupados pelo Estado judaico. Também foram registadas 6.650 detenções e mais de 3.000 feridos.

Leia Também: Cerca de 80% dos feridos durante ajuda humanitária em Gaza foram baleados

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