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Presidente da cimeira ambiental da ONU defende mais multilateralismo

A presidente da VI Assembleia das Nações Unidas para o Ambiente (UNEA-6) defendeu hoje que mundo precisa de mais multilateralismo ambiental, perante guerras ou processos eleitorais que desviam recursos que podiam ser para resolver as ameaçadoras crises ecológicas.

Presidente da cimeira ambiental da ONU defende mais multilateralismo
Notícias ao Minuto

14:01 - 26/02/24 por Lusa

Mundo ONU

"Estamos a reunir-nos em 2024, numa altura de várias crises", disse Leila Benali, a ministra da Transição Energética marroquina, durante uma conferência de imprensa no primeiro dia da UNEA-6, o principal órgão de decisão ambiental do mundo, que decorre em Nairobi.

O fórum, que decorre até sexta-feira no complexo das Nações Unidas na capital do Quénia, irá abordar a "tripla crise global" (alterações climáticas, perda de biodiversidade e poluição) numa "encruzilhada" em que vários "pontos de viragem" estão a convergir, afirmou.

"Estamos a assistir a uma série de guerras e conflitos, alguns deles com grandes implicações internacionais. Por vezes, este facto distrai os governos e as principais partes interessadas de dedicarem tempo e recursos às questões ambientais mais prementes", sublinhou.

Este ano, alertou, "50% da população mundial vai eleger os seus líderes", o que "pode dar lugar a alguns movimentos populistas em algumas partes do mundo e também distrair os governos" de se concentrarem na adoção de "uma agenda ambiental bem sucedida".

Neste contexto, a presidente da UNEA-6 apelou ao "restabelecimento da confiança no multilateralismo" para responder aos desafios ambientais globais.

A ministra foi questionada sobre se o possível regresso de Donald Trump - um conhecido cético em relação às alterações climáticas - à Casa Branca, nas eleições de novembro nos Estados Unidos poderia prejudicar o apelo à ação multilateral.

"Quem quer que seja eleito, esperamos que tenha em conta o facto de estarmos juntos nesta luta", respondeu, sem aludir diretamente ao antigo Presidente norte-americano

Inger Andersen, diretora executiva do Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUA), sediado em Nairobi, também defendeu a abordagem multilateral para enfrentar os desafios ambientais.

"O multilateralismo ambiental global está vivo. Funciona. E veio para ficar", sublinhou Andersen no seu discurso na sessão plenária de abertura da UNEA-6.

"É muito importante que todos apoiem a ação em prol do ambiente", afirmou a Comissária na conferência de imprensa, recordando que "ninguém neste planeta está imune" aos efeitos da "tripla crise global".

A UNEA-6 reunirá em Nairobi mais de 5.000 representantes de governos, da sociedade civil e do setor privado, incluindo 150 ministros e vice-ministros, de mais de 180 países inscritos para a ocasião, segundo o PNUA.

Entre os participantes na Assembleia, que inclui todos os 193 Estados-membros da ONU, encontram-se cinco chefes de Estado e de Governo, incluindo o Presidente queniano, William Ruto, que participará no segmento de alto nível, que decorrerá qjinta e sexta-feira.

Na sexta sessão desde que a Assembleia foi lançada em 2014, os países vão analisar cerca de 19 resoluções que abrangem desafios como travar a desertificação, combater a poluição atmosférica ou limitar a poluição química.

As resoluções da UNEA não são juridicamente vinculativas, mas são vistas como um primeiro passo importante no caminho para acordos ambientais globais e para a formulação de políticas nacionais.

A 5.ª Assembleia Ambiental da ONU (UNEA-5), que decorreu em 2022, em Nairobi, ficou marcada pela aprovação de uma resolução para iniciar a negociação do primeiro tratado global contra a poluição por plásticos.

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