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Ucrânia lamenta "confusão" nos Estados Unidos sobre ajuda militar ao país

O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, lamentou hoje a situação confusa nos Estados Unidos, onde o Congresso não consegue, há meses, votar um pacote de ajuda crucial para Kyiv face à invasão russa.

Ucrânia lamenta "confusão" nos Estados Unidos sobre ajuda militar ao país
Notícias ao Minuto

15:03 - 07/02/24 por Lusa

Mundo Guerra na Ucrânia

"Ontem [terça-feira] à noite, recebi um relatório final de Washington sobre os cenários possíveis, e alguns deles são dignos de filmes de suspense", disse Kuleba.

"Tudo é muito confuso, depende de muitos fatores e pode ir para a direita, para a esquerda ou em frente", acrescentou o ministro, que se reuniu hoje com o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell.

Dmytro Kuleba apelou aos Estados Unidos para que sigam o exemplo dos europeus e demonstrem "a sua liderança na defesa dos interesses comuns".Os líderes da UE concordaram em Bruxelas, na quinta-feira, em conceder uma ajuda adicional de 50 mil milhões de euros durante quatro anos à Ucrânia.

No final de 2023, o Presidente norte-americano, Joe Biden, pediu ao Congresso dos Estados Unidos da América (EUA) a aprovação de 106 mil milhões de dólares (98,5 mil milhões de euros) para a Ucrânia no âmbito de um pacote extraordinário que também incluía fornecimentos a Israel e fundos para "conter" a crise migratória.

Na semana passada, um grupo de senadores Democratas e Republicanos alcançaram um acordo para aprovar o pacote em troca de restrições no acesso ao asilo na fronteira com o México.

No entanto, os Republicanos mais próximos do ex-Presidente Donald Trump (2017-2021) estão dispostos a chumbar o projeto na Câmara dos Representantes (câmara baixa do Congresso) para impedirem novos argumentos a Biden em pleno ano eleitoral.

No encontro de hoje com Borrell, Kuleba instou a União Europeia (UE) a aumentar rapidamente as entregas de projéteis de artilharia, uma vez que Kiev necessita de munições para combater os ataques russos.

O ministro apelou ao bloco europeu para "assinar contratos de longo prazo com empresas de defesa ucranianas", "reorientar os contratos existentes para a entrega de projéteis à Ucrânia" e "aumentar as importações de munições de países terceiros".

O governante ucraniano pediu aos europeus que ajudem a Ucrânia "custe o que custar", pouco depois de ataques sobre a capital ucraniana, em que pelo menos quatro pessoas foram mortas.

"Se perguntarmos a um soldado o que é que ele mais precisa, penso que ele responderá: munições", acrescentou Kuleba.

As forças russas disparam cinco vezes mais projéteis do que os artilheiros ucranianos, de acordo com vários especialistas. O ministro acentuou ser urgente ter a capacidade de assinar contratos a longo prazo com a indústria da defesa, para lançar um verdadeiro "mercado único" da defesa na UE.

"Sentimos este défice de munições todos os dias", afirmou, ressalvando que isso não significa que a Rússia esteja a ganhar.

Josep Borrell referiu que os europeus poderão entregar 1,15 milhões de munições à Ucrânia até ao final do ano. No ano passado, os europeus comprometeram-se a fornecer um milhão de cartuchos até ao final de março, mas os atrasos têm vindo a acumular-se.

Como muitos residentes de Kyiv, o alto representante da UE para a Política Externa e de Segurança passou a noite num abrigo, à espera do fim do alerta de ataque russo, que durou cerca de duas horas.

"Mais de 40.000 alertas" deste tipo já tiveram lugar desde o início da invasão russa da Ucrânia, a 24 de fevereiro de 2024, disse à imprensa, prestando homenagem às vítimas, ao lado do primeiro-ministro ucraniano, Denis Shmyhal.

"Nunca poderemos igualar o vosso sacrifício, mas podemos estar lado a lado com a Ucrânia, em total solidariedade com o seu povo", sublinho, no segundo dia da sua visita a Kyiv.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Leia Também: "Unidos". Kuleba desvaloriza tensões internas e quer ficar no cargo

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