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China apela a "melhoria contínua" das relações com o Vaticano

A China declarou hoje esperar "uma melhoria contínua" das relações com o Vaticano, após a ordenação no país asiático de um terceiro bispo no espaço de uma semana, fruto de consultas entre as duas partes.

China apela a "melhoria contínua" das relações com o Vaticano
Notícias ao Minuto

16:16 - 01/02/24 por Lusa

Mundo Vaticano

Os dois países não têm relações diplomáticas, já que o Vaticano é um dos cerca de dez estados que reconhecem Taiwan (oficialmente República da China) em detrimento de Pequim (República Popular da China).

No entanto, em 2018, assinaram um acordo histórico sobre a espinhosa questão da nomeação de bispos na China. O texto é geralmente aplicado. Mas algumas nomeações foram feitas sem a autorização do Papa.

O padre Pietro Wu Yishun, 59 anos, foi ordenado bispo de Shaowu, na província oriental de Fujian, na quarta-feira, de acordo com o Vaticano. Esta é a terceira ordenação de um bispo na China com a aprovação do Vaticano numa semana.

"A China e o Vaticano têm mantido uma boa comunicação nos últimos anos", disse Wang Wenbin, porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, em conferência de imprensa.

"O acordo provisório sobre a nomeação dos bispos (...) está a ser aplicado. A China está disposta a promover a melhoria contínua das relações bilaterais com o Vaticano, num espírito de respeito mútuo e de diálogo baseado na igualdade", sublinhou.

Esta série de nomeações parece inaugurar um período de acalmia nas relações bilaterais.

Em 2022 e 2023, o Vaticano expressou o seu "pesar" depois de a China ter nomeado unilateralmente dois bispos, incluindo o de Xangai, a maior diocese católica do país, acusando indiretamente Pequim de violar o acordo de 2018.

O acordo, renovado em 2020 e 2022 e cujo conteúdo não foi tornado público, visa reunir os católicos chineses divididos entre a Igreja oficial e a clandestina, dando ao Papa a última palavra na nomeação dos bispos.

O texto foi alvo de críticas no seio da Igreja, sendo visto por alguns como uma tomada de controlo dos 10 milhões de católicos chineses por parte de Pequim.

A Constituição chinesa reconhece a "liberdade de crença religiosa", ou seja, o direito de acreditar numa religião, mas não a "liberdade religiosa", que tem um âmbito mais vasto.

O Partido Comunista Chinês desconfia de qualquer poder rival que possa potencialmente ameaçar a sua autoridade, incluindo organizações religiosas.

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