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Resultados preliminares dão vitória ao atual partido no poder na Sérvia

O partido presidencial SNS conquistou a vitória nas eleições legislativas na Sérvia, com 46,7% dos votos, de acordo com os resultados preliminares divulgados hoje pela comissão eleitoral local.

Resultados preliminares dão vitória ao atual partido no poder na Sérvia
Notícias ao Minuto

22:32 - 18/12/23 por Lusa

Mundo Sérvia

A oposição unida sob o lema "Sérvia contra a violência" (SPN) obteve 23,58% dos votos, de acordo com estes resultados, que só serão definitivos dentro de alguns dias, uma vez expirado o prazo de recurso.

Estas eleições decorreram num contexto de irregularidades constatadas por observadores internacionais, que denunciaram a "compra de votos", e foram descritas como inaceitáveis pela Alemanha.

Também a oposição denunciou fraude na capital e vários milhares de manifestantes reuniram-se hoje à noite em frente à comissão eleitoral (RIK) para exigir o cancelamento da votação municipal.

"Foi um roubo. Estou enojada, é algo repetitivo. Quero que isto mude", frisou Ana Mirkovic, de 37 anos, que se juntou ao protesto em frente ao edifício do RIK.

As eleições legislativas de domingo decorreram em simultâneo com votações locais em alguns municípios, como no caso da capital, onde vivem 1,5 milhões de pessoas, quase um quarto do país.

Em Belgrado, a comissão local atribui ao SNS (direita nacionalista), partido do Presidente Aleksandar Vucic, a vitória nas legislativas antecipadas de domingo, com 44,5% dos votos, com o (SPN) a obter 38,18%, noticiou a agência France-Presse (AFP).

Segundo a coligação de oposição, votaram na capital "mais de 40 mil pessoas" sem serem residentes, transportadas de autocarro desde a Republika Srpska, a entidade sérvia na vizinha Bósnia.

As alegações de fraude foram confirmadas por um relatório preliminar da missão de observação internacional (OSCE, Parlamento Europeu e Conselho da Europa).

Os observadores descreveram uma votação "marcada por casos isolados de violência, irregularidades processuais e frequentes alegações de organização e transporte de eleitores para apoiar o partido no poder nas eleições autárquicas", bem como "compras de votos".

Dragan Djilas, um dos líderes da coligação de oposição, divulgou que outros dois responsáveis, Marinika Tepic e Miroslav Aleksic, vão iniciar uma greve de fome.

"Exigimos que as eleições sejam canceladas, que os registos eleitorais sejam limpos [de falsos eleitores], e esperamos conseguir isso por meios pacíficos", vincou.

Esta coligação, que surgiu na sequência das manifestações massivas que abalaram o país em maio, após a morte de 19 pessoas em dois tiroteios, incluindo um numa escola primária, tem denunciado constantemente uma campanha tendenciosa.

A campanha foi marcada por "retórica violenta, meios de comunicação tendenciosos, pressão sobre funcionários do setor público e uso indevido de recursos públicos", tudo num cenário de "envolvimento decisivo do Presidente", Aleksandar Vucic, oferecendo ao seu partido "uma vantagem injusta", apontaram os observadores.

A campanha eleitoral girou principalmente em torno da economia, num dos países mais pobres do continente europeu, que viu a inflação atingir os 16% na primavera, antes de diminuir para cerca de 8% em novembro.

Vucic prometeu um salário mínimo de 1.400 euros até 2027, em comparação com os 590 euros em novembro.

O seu sucesso em manter habilmente os laços entre o Oriente e Ocidente também é apreciado pelos eleitores e, já hoje, o Kremlin felicitou a vitória do partido de Vucic, enquanto os Estados Unidos declararam que pretendem cooperar com a Sérvia para fortalecer a sua democracia, sem comentarem as alegações de irregularidades eleitorais.

Leia Também: Eleições? Oposição sérvia acusa fraude e marca manifestações em Belgrado

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