Médicos Sem Fronteiras encerrou duas clínicas em Gaza desde fim da trégua
A Médicos Sem Fronteiras (MSF) teve de encerrar duas clínicas na Faixa de Gaza, devido a ordens de evacuação na sequência da retoma dos bombardeamentos israelitas, alertou hoje o coordenador desta organização não-governamental (ONG) no enclave.
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Mundo Israel
Nicholas Papachrysostomou que a ONG tratou 1.800 pacientes em sete dias numa das duas unidades de cuidados primários que foram forçadas a fechar, sendo mais de metade deslocados e uma em cada cinco crianças com menos de cinco anos.
"No hospital Naser [Khan Yunis] há milhares de pessoas deslocadas. Há pessoas que dormem nos arredores do hospital. Há famílias no chão. Não há espaço para nada. Este hospital não vai aguentar mais", frisou.
O coordenador de emergência da MSF na Faixa de Gaza detalhou que no outro hospital onde a ONG está presente, em Al Aqsa, localizado na área central do enclave palestiniano, foram registadas 100 mortes e 400 feridos nas últimas 48 horas, números registados após o fim da trégua entre Israel e o Hamas que descreveu como 'astronómicos'.
"O pessoal do Ministério da Saúde está exausto", alertou ainda, acrescentando que a MSF já está a trabalhar para abrir outra clínica no sul de Gaza com novo equipamento médico.
Este responsável frisou, no entanto, que será impossível avançar com a ideia se dentro de uma ou duas semanas for determinada nova evacuação.
Papachrysostomou garantiu que a operação terrestre em Khan Yunis é "uma realidade" e que os combates na área triplicaram a densidade populacional do sul devido ao deslocamento.
"Não pode continuar assim", sublinhou, apelando a um cessar-fogo duradouro para a entrega de ajuda humanitária.
A guerra em curso no Médio Oriente começou em 07 de outubro, após um ataque do braço armado do Hamas, que incluiu o lançamento de milhares de 'rockets' para Israel e a infiltração de cerca de 3.000 combatentes que mataram mais de 1.200 pessoas, na maioria civis, e sequestraram outras 240 em aldeias israelitas próximas da Faixa de Gaza.
Em retaliação, as Forças de Defesa de Israel dirigiram uma implacável ofensiva por ar, terra e mar àquele enclave palestiniano, que enfrenta uma grave crise humanitária perante o colapso de hospitais e a ausência de abrigos, água potável, alimentos, medicamentos e eletricidade.
As autoridades da Faixa de Gaza, controladas pelo movimento islamita palestiniano Hamas desde 2007, aumentaram hoje o número de mortos na ofensiva israelita para quase 15.900, enquanto mais de 250 palestinianos morreram às mãos das forças de Telavive ou em ataques levados a cabo por colonos na Cisjordânia e Jerusalém Oriental desde 07 de outubro.
As partes cessaram as hostilidades durante uma semana no âmbito de uma trégua mediada por Qatar, Egito e Estados Unidos, mas os confrontos regressaram na sexta-feira após falta de entendimento para prorrogar o acordo.
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