A "próxima cimeira ordinária" da CEDEAO "terá lugar a 10 de dezembro em Abuja", a capital nigeriana, segundo um comunicado de imprensa emitido pela presidência após um encontro na quarta-feira em Abidjan, entre o chefe de Estado da Costa do Marfim, Alassane Ouattara, e o presidente da comissão da organização regional, Omar Alieu Touray.
A última cimeira realizou-se no início de agosto e foi inteiramente consagrada à situação no Níger, na sequência do golpe militar de 26 de julho que derrubou o presidente eleito Mohamed Bazoum, entretanto sequestrado na sua residência em Niamey.
Os chefes de Estado ameaçaram intervir militarmente para repor o Presidente Bazoum e impuseram pesadas sanções económicas e financeiras ao Níger, que é governado por um regime militar liderado pelo general Abdourahamane Tiani.
"Não diria que desistimos da opção militar. Suspendemo-la enquanto esperamos que as sanções produzam resultados", afirmou Abdel-Fatau Musah, Comissário da CEDEAO para os Assuntos Políticos, numa entrevista publicada hoje no site Jeune Afrique, e citada pela agência francesa de notícias, a France-Presse (AFP).
Relativamente ao período de transição de três anos proposto pelo general Tiani antes do regresso à ordem constitucional, Musah afirmou que "muitas coisas são negociáveis, mas em caso algum será aceite uma transição de três anos" e acrescentou: "Em todo o caso, o diálogo foi interrompido por enquanto; tentámos encontrarmo-nos [com os dirigentes do Níger] e falar com eles, mas eles recusam-se".
Dos quinze países membros da CEDEAO, quatro são governados desde 2020 por dirigentes militares na sequência de golpes de Estado: Mali, Burkina Faso, Níger e Guiné.
Desde então, foram suspensos da organização e, por conseguinte, não estarão representados na cimeira de Abuja.
Os três primeiros países, assolados pela violência jihadista, formaram a Aliança dos Estados do Sahel (AES).
Uma tentativa de golpe de Estado na Serra Leoa, outro membro da CEDEAO, matou 21 pessoas no domingo, de acordo com altos funcionários do país.
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