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UE condena nova vaga de ataques contra opositores ao regime bielorrusso

A União Europeia (UE) condenou hoje os mais recentes ataques contra os opositores ao regime de Aleksandr Lukashenko na Bielorrússia, depois de uma vaga de acusações contra elementos "das forças democráticas".

UE condena nova vaga de ataques contra opositores ao regime bielorrusso
Notícias ao Minuto

17:01 - 29/11/23 por Lusa

Mundo Bielorrússia

Em comunicado, o alto-representante da UE para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, lembrou que, "na última terça-feira, as autoridades de Minsk avançaram com mais uma vaga de acusações" contra opositores ao regime.

"A UE condena os ataques contra representantes das forças democráticas bielorrussas e as suas famílias, naquilo que é mais um exemplo deplorável das repressões sistemáticas e má utilização do poder por Lukashenko e o seu regime", completou o chefe da diplomacia europeia.

Borrell acrescentou que a UE "vai continuar a apoiar aqueles que corajosamente se insurgem por uma Bielorrússia independente e democrática", ameaçando com "ações adicionais" - depois de várias sanções contra Minsk - para responder às "graves violações dos direitos humanos".

Minsk, avisou, deve "abster-se de repressões e violência adicionais contra a população" e "imediatamente e incondicionalmente libertar todos os prisioneiros políticos".

O gabinete de investigação criminal bielorrusso indicou na terça-feira que conduziu buscas na sequência de provas sobre uma alegada tentativa da oposição tomar o poder em 2020, medida que os críticos denunciaram como uma nova ação repressiva contra a dissidência.

Pavel Latushka, um antigo ministro que se juntou à oposição e abandonou o país, disse hoje à agência noticiosa norte-americana AP que a sua casa em Minsk foi revistada pelas autoridades, juntamente com dezenas de apartamentos de outros opositores e dos respetivos familiares por todo o país. O opositor disse ainda que as buscas envolveram polícias armados, que em vários casos arrombaram as portas de entrada das casas.

"Trata-se de uma nova vaga da brutal supressão da dissidência e perseguição a quem deixou o país, e em particular aos que permaneceram na Bielorrússia", denunciou Latushka.

O Comité de Investigação da Bielorrússia disse que as buscas se inserem numa investigação criminal sobre as atividades do Conselho de Coordenação, formado pela oposição após a votação de 2020 para acompanhar e dirigir os protestos.

Entre os membros deste Conselho encontram-se a escritora Svetlana Alexievich, vencedora do prémio Nobel da Literatura 2015 e que deixou o país, e Ales Bialiatski, o principal ativista bielorrusso de direitos humanos, um dos galardoados com o Nobel da Paz 2022, e que cumpre dez anos de prisão.

Previamente, as autoridades apelidaram o Conselho de "extremista" e acusaram os seus membros de cometerem alta traição e de conspirarem numa tentativa de tomar o poder. O Comité de Investigação disse que pretende confiscar os apartamentos e outros bens pertencentes aos membros do Conselho.

Aleksandr Lukashenko foi eleito Presidente da Bielorrússia em julho de 1994 e ocupa o cargo desde então. O regime bielorrusso é conhecido pelo alinhamento com Moscovo e por silenciar todos os opositores.

Em 2020, apesar de todas as sondagens apontarem para a eleição de Svetlana Tikhanovskaya como próxima Presidente, Lukashenko venceu 81% dos votos, o que desencadeou manifestações por todo o país, fortemente reprimidas pela polícia.

Tikhanovskaya viu-se obrigada a deixar o país e o marido está detido.

Com o início da invasão da Rússia à Ucrânia, Minsk serviu como base para as tropas russas atravessarem para o território ucraniano e tentarem ocupar Kiev, o que acabou por falhar.

Lukashenko tem sido visto como o mais próximo aliado do homólogo russo, Vladimir Putin, mas tem sido cauteloso em relação a alegações sobre o envolvimento do seu país no conflito.

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