Aliados terão de intervir se Rússia lançar nova ofensiva, diz analista
O analista francês Olivier Védrine alertou hoje em Londres que os países da NATO terão de intervir caso a Rússia lance uma nova ofensiva na Ucrânia durante o inverno ou na primavera.
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© Diego Herrera Carcedo/Anadolu via Getty Images
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Mundo Guerra na Ucrânia
"Penso que a História e os acontecimentos históricos vão precipitar as coisas como a guerra precipitou as coisas antes. Ninguém teria dito que a Ucrânia seria um candidato à União Europeia (UE)", afirmou hoje o diretor da Associação Jean Monnet em declarações à Agência Lusa.
Védrine antevê que Moscovo vai "passar à ofensiva, talvez neste inverno ou na primavera" e isso "vai acelerar ainda mais as coisas".
"[O Presidente russo, Vladimir] Putin vai aumentar a velocidade da História e obrigar-nos a tomar as verdadeiras decisões. E as verdadeiras decisões têm de ser tomadas por um grupo de democracias que apresentem uma frente unida", antecipou.
O analista e académico, especialista em assuntos europeus e russos, falava à Lusa à margem da Conferência em Londres do Fórum Económico sobre o futuro da Ucrânia.
Durante a conferência na capital britânica, entre outras vertentes, discutiram-se as dificuldades e a demora dos processos de adesão da Ucrânia à NATO e à UE.
À Lusa, Olivier Védrine afirmou acreditar que os países membros destes dois blocos poderão ter de se envolver diretamente no conflito ainda antes da adesão.
"Se Putin exercer realmente pressão e ganhar uma ofensiva, irá muito longe. E penso que as democracias e a NATO terão de acordar. Acho que vamos ter de mostrar a nossa força. As negociações com Putin só podem ser conduzidas com base num equilíbrio de poder", vincou.
A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, desencadeando uma guerra ainda sem fim à vista, com um número de vítimas civis e militares por contabilizar.
Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armas a Kiev e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.
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