"Na minha opinião, nada está fora do nosso alcance se o México e os Estados Unidos permanecerem juntos e trabalharem juntos", sublinhou Biden.

A relação entre os governantes dos dois países tem sido tensa, em parte devido à vontade de Biden de criticar o México em temas como a produção de fentanil e o assassinato de jornalistas.

López Obrador não tem tido medo de ignorar o líder dos EUA, tendo faltado a uma cimeira em Los Angeles no ano passado, onde os líderes abordaram a questão da migração, porque Washington não convidou Cuba, Nicarágua ou Venezuela.

Perante os jornalistas, os dois chefes de Estado mostraram hoje sorrisos e trocaram elogios. Biden disse a López Obrador: "Não poderia ter um parceiro melhor", enquanto o líder mexicano classificou Biden como um "bom homem" e "Presidente extraordinário".

À margem da conferência anual de Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC), que decorre em São Francisco, Biden manteve uma série de reuniões presenciais com outros líderes, incluindo o Presidente da China Xi Jinping e os líderes do Japão e da Coreia do Sul.

Biden e López Obrador começaram a trabalhar no debate sobre a migração, enquanto os EUA se esforçam para gerir um número crescente de travessias desde a fronteira sul.

Os governantes também discutiram o tráfico de fentanil, especialmente depois de Biden ter chegado a um acordo com Xi para conter este opiáceo que mata cerca de 200 norte-americanos por dia.

México e a China são as principais fontes de fentanil sintético traficado para os EUA, sendo que quase todos os produtos químicos necessários para produzi-lo vêm da China, e as drogas são então produzidas em massa no México e traficadas através de cartéis para os EUA.

As crises de fentanil e imigração estão relacionadas, pois o contrabando de seres humanos através da fronteira faz parte das operações do cartel que também incluem o tráfico de drogas para os EUA.

Há um número crescente de migrantes na fronteira e as detenções por travessias ilegais ao longo da linha EUA-México aumentaram 21%, para 218.763 em setembro. Biden tem defendido repetidamente que o Congresso deve agir para corrigir leis de imigração desatualizadas.

Mas, entretanto, a sua administração desenvolveu políticas que visam dissuadir os migrantes de fazerem uma viagem perigosa e muitas vezes mortal, ao mesmo tempo que abre novas vias de imigração legal.

O apoio do México é fundamental para qualquer pressão dos EUA para reprimir a fronteira sul, especialmente porque os migrantes de países tão distantes como o Haiti estão a fazer a caminhada a pé através do México e não são facilmente enviados de volta aos seus países de origem.

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