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EUA observam "algumas irregularidades" nas presidenciais de Madagáscar

A Embaixada dos Estados Unidos em Madagáscar disse hoje ter observado "algumas irregularidades" nas eleições presidenciais de quinta-feira, realizadas após meses de protestos contra o Presidente cessante, Andry Rajoelina, e apelos a um boicote por parte da oposição.

EUA observam "algumas irregularidades" nas presidenciais de Madagáscar
Notícias ao Minuto

11:39 - 17/11/23 por Lusa

Mundo Estados Unidos

"A Embaixada dos Estados Unidos e outros observadores registaram algumas irregularidades nas assembleias de voto, incluindo por parte de representantes de partidos políticos", afirmou a dependência diplomática norte-americana no país, num comunicado divulgado hoje.

"Os Estados Unidos, outras embaixadas, organizações internacionais e observadores internacionais com ideias semelhantes irão reunir-se para analisar e verificar a informação nos próximos dias e semanas", acrescenta-se no documento, sem especificar que tipo de irregularidades a equipa de observadores norte-americana encontrou.

A embaixada apelou ainda aos cidadãos e aos partidos políticos malgaxes para que aguardem "com calma, paciência e paz" a publicação dos resultados oficiais, prevista para 24 de novembro.

De acordo com o calendário previsto, os resultados serão certificados pelo Supremo Tribunal Constitucional em 30 de novembro.

As eleições decorreram "sem incidentes", de acordo com a embaixada, que manifestou a sua preocupação com a "fraca afluência às urnas".

Os dados relativos à participação eleitoral dos mais de 11 milhões de eleitores registados são importantes para aferir o efeito do apelo de um coletivos de dez candidatos presidenciais ao boicote eleitoral, repetido ao longo das últimas semanas.

As autoridades eleitorais malgaxes contaram até agora 6,29% dos votos, e os resultados provisórios dão a vitória a Rajoelina com 72,92% dos votos escrutinados.

Em segundo lugar aparece o antigo presidente Marc Ravalomanana, com apenas 9,65% dos votos.

Dez dos treze candidatos à presidência de Madagáscar uniram-se em setembro passado numa coligação contra Rajoelina, a quem acusam de estar por detrás de uma conspiração para alterar os resultados eleitorais a seu favor, nas últimas semanas apelaram aos seus apoiantes para boicotarem a votação.

O dia das eleições esta quinta-feira foi antecedido de um recolher obrigatório na capital, pedido pelo presidente da câmara de Antananarivo e um forte contingente policial foi destacado para as ruas durante a votação.

Eleito em 2018, Andry Rajoelina chegou ao poder pela primeira vez em 2009, na sequência de um motim que depôs o antigo Presidente Marc Ravalomanana, liderando um muito longo período de transição até 2014.

Dez opositores e candidatos, reunidos num coletivo que inclui dois antigos Presidentes e vários antigos ministros, denunciaram as "manobras" do Governo para reconduzir Andry Rajoelina e pediram a suspensão do processo eleitoral.

Desde o início de outubro, o coletivo convocou várias manifestações na capital, que atraíram sempre apenas algumas centenas de apoiantes e prometeu continuar os protestos nos próximos dias.

A crise política no país foi desencadeada em junho pela revelação na imprensa da discreta dupla nacionalidade adquirida por Andry Rajoelina em França em 2014.

A oposição alega que, por efeito da Lei da Cidadania do país, Rajoelina abriu mão do direito a candidatar-se às eleições ao pedir a dupla nacionalidade, mas o Supremo Tribunal malgaxe não validou esta pretensão.

Constitucionalmente obrigado a demitir-se para poder candidatar-se à reeleição, Rajoelina recusou o cargo de chefe de Estado em setembro, mas em vez de o entregar ao presidente do Senado, como impõe a magna carta do país, esse senador foi demitido e a função de liderar o país durante o período eleitoral foi confiada ao primeiro-ministro de Rajoelina, Christian Ntsay, uma medida que a oposição alegou preparar as condições para uma fraude eleitoral.

Rajoelina, com 49 anos, líder do partido Tanora Malagasy Vonona (TVG, Juventude Malgaxe Determinada), enfrentou nesta primeira volta das eleições candidatos como os antigos presidentes Ravalomanana (que perdeu para Rajoelina em 2018) e Hery Rajaonarimanpianina, além de vários antigos ministros.

Se nenhum dos candidatos obtiver a maioria absoluta, está prevista a realização de uma segunda volta no dia 20 de dezembro.

Leia Também: Presidente de Madagáscar apela ao voto em força da população

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