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Ministra britânica critica polícia por autorizar protesto pró-Palestina

Uma marcha pró-palestiniana prevista para sábado em Londres e autorizada pela polícia contra a vontade do Governo britânico levou a ministra do Interior, Suella Braverman, a acusar as forças da ordem de serem facciosas. 

Ministra britânica critica polícia por autorizar protesto pró-Palestina
Notícias ao Minuto

15:41 - 09/11/23 por Lusa

Mundo Israel

"Os manifestantes de direita e nacionalistas que cometem agressões são, com razão, alvo de uma resposta dura, mas as multidões pró-palestinianas com comportamentos quase idênticos são largamente ignoradas, mesmo quando violam claramente a lei", escreveu num artigo publicado no jornal The Times.

Braverman criticou esta "dualidade de critérios" e voltou a chamar os participantes dos protestos pró-palestinianos de "manifestantes pelo ódio". 

"Não creio que estas marchas sejam apenas um grito de ajuda a Gaza. São uma afirmação de primazia por parte de certos grupos - particularmente islamistas - do tipo que estamos mais habituados a ver na Irlanda do Norte", alegou, referindo "informações de que alguns dos organizadores da marcha de sábado têm ligações a grupos terroristas, incluindo o Hamas".

Em causa está uma manifestação, organizada por várias organizações para apelar a um cessar-fogo na Faixa de Gaza, no sábado, que coincide com o aniversário do armistício da Primeira Guerra Mundial e comemorações para recordar os soldados que morreram em vários conflitos desde 1914, incluindo o cumprimento de dois minutos de silêncio às 11:00.

As principais comemorações realizam-se um dia depois, do Domingo da Memória (Remembrance Sunday), quando o Rei Carlos III, políticos, diplomatas, militares e veteranos participam numa cerimónia de deposição de coroas de flores no memorial de guerra Cenotaph, no centro de Londres. 

Desde o início da guerra, há mais de um mês, que se realizam todos os fins-de-semana protestos pró-palestinianos em Londres e noutras cidades britânicas. 

O primeiro-ministro, Rishi Sunak, criticou os protestos planeados para o fim de semana como "provocatórios e desrespeitosos", mas depois de ter convocado o chefe da polícia, Mark Rowley, para uma reunião na quarta-feira, disse que o governo apoiava "o direito de protestar pacificamente". 

Vários meios de comunicação britânicos noticiaram que o gabinete de Sunak não aprovou a versão final do artigo de Braverman, mas um porta-voz garantiu que a ministra continua a merecer a confiança. 

A deputada do Partido Trabalhista, a principal força da oposição, Yvette Cooper, considerou que Braverman estava "deliberadamente a sabotar o respeito pela polícia" e "a tentar criar divisão".

"Ela está a inflamar deliberadamente as tensões comunitárias da forma mais perigosa", afirmou na Câmara dos Comuns, recriminando Sunak por "não ter mão" na ministra e ser "demasiado fraco para despedi-la".

Centenas de milhares de pessoas têm participado em manifestações todos os sábados desde o início da guerra, organizadas por grupos de esquerda e organizações muçulmanas. 

Também houve grandes comícios de apoio a Israel e exigindo que o Hamas libertasse os reféns feitos no ataque de 07 de outubro.

A polícia diz que foram efetuadas 188 detenções em Londres relacionadas com o conflito no último mês, incluindo 98 por suspeitas de ofensas anti-semitas e 21 por alegadas ofensas anti-muçulmanas.

Os protestos só podem ser proibidos no Reino Unido se houver risco de desordem grave, e a a polícia argumentou que esse limiar não foi atingido, embora receie que possam surgir grupos dissidentes com intenção de criar distúrbios.

Os organizadores esperam mobilizar um milhão de pessoas no sábado na marcha até à embaixada dos Estados Unidos em Londres para exigir um cessar-fogo em Gaza.

Uma sondagem divulgada hoje pela estação Sky News indica que 50% dos britânicos considera que as marchas pró-palestinianas não deviam ser autorizadas no Dia do Armistício, contra 34% a favor. 

O mesmo inquérito concluiu que 53% são a favor de um cessar-fogo, permanente ou temporário e de cariz humanitário, e são 7% contra e os restantes não sabem ou não apoiam nenhuma daquelas hipóteses. 

Leia Também: Bandeira de Israel substituída pela da Palestina em protesto em Sheffield

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