EUA. Democratas criticam deputada de origem palestiniana por apoiar Gaza
Vários membros do Partido Democrata no Congresso dos Estados Unidos criticaram hoje a congressista de origem palestiniana Rashida Tlaib, do mesmo partido, pelos seus comentários sobre a guerra entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas.
© Reuters
Mundo Rashida Tlaib
Esta polémica surgiu depois de um vídeo em que participa Tlaib, dirigido ao Presidente dos EUA Joe Biden, que é acusado de apoiar um genocídio contra os palestinianos e é alertado de que perderá o apoio eleitoral da comunidade árabe nos Estados Unidos.
No vídeo aparecem imagens de manifestações com gritos como "Do rio ao mar, a Palestina será livre", que a maioria política dos Estados Unidos considera como um 'slogan' que apela à destruição do Estado de Israel.
Embora Tlaib defenda que este 'slogan' significa apenas uma aspiração à liberdade do povo palestiniano, os rivais republicanos e os democratas têm apontado críticas à congressista nos últimos dias.
Tlaib enfrenta hoje na Câmara dos Representantes (câmara baixa do Congresso) a votação de duas resoluções de censura promovidas pelos republicanos.
O líder da minoria democrata na Câmara dos Representantes, Hakeem Jeffries, referiu que "expressou preocupação" com o uso do 'slogan' nas fileiras do partido, enquanto Jerrold Nadler, que é judeu, apontou que aquele foi "um comentário terrível".
Outros líderes partidários, como o presidente e o vice-presidente da bancada democrata na câmara baixa, Pete Aguilar e Ted Lieu, respetivamente, criticaram a congressista.
Já o congressista Josh Gottheimer foi mais longe e anunciou que irá apoiar as resoluções de censura contra a colega de partido.
"Estas coisas são simplesmente inaceitáveis. E acho que deve haver consequências em dizer coisas que levam à destruição do judaísmo e do terror", frisou Gottheimer, em declarações à estação CNN.
Tlaib, por sua vez, lamentou que os seus colegas não reconheçam a opinião da única congressista de origem palestiniana no Congresso e que prefiram censurá-la.
"É uma pena que os meus colegas estejam mais focados em me silenciar do que em salvar vidas. Muitos mostraram que as vidas dos palestinianos simplesmente não importam para eles", sublinhou a congressista, que nasceu nos Estados Unidos, mas que tem origens palestinianas.
Tlaib sobreviveu a duas tentativas anteriores de censura desde os ataques do Hamas em Israel, há um mês, e o início da guerra na Faixa de Gaza.
No entanto, desta vez, alguns democratas como Gottheimer podem ajudar a aprovar a moção de censura.
O movimento islamita palestiniano, considerado terrorista pela Estados Unidos e União Europeia, Hamas realizou um ataque surpresa contra Israel em 07 de outubro, que fez mais de 1.400 mortos, na maioria civis, e cerca de 5.000 feridos, além dos mais de 200 reféns, de acordo com as autoridades israelitas.
A retaliação de Israel contra a Faixa de Gaza começou logo depois, com cortes do abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre que completou na quinta-feira passada o cerco à cidade de Gaza.
A guerra entre Israel e o Hamas já fez, na Faixa de Gaza, mais de 10.000 mortos, entre os quais mais de 4.000 crianças, mais de 25.400 feridos e cerca de 1,5 milhões de deslocados, segundo o mais recente balanço das autoridades locais, controladas pelo Hamas.
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