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Bangladesh aumenta salário mínimo nos têxteis para atenuar protestos
O governo do Bangladesh anunciou hoje que vai aumentar o salário mínimo dos trabalhadores do vestuário para 12.500 takas (106 euros, ao câmbio atual), numa tentativa de conter os violentos protestos no setor.
© Getty Images
Mundo Bangladesh
O vice-ministro dos Assuntos Laborais, Monnujan Sufian, disse numa conferência de imprensa que se trata de um aumento de 56%, face aos 8.000 takas atuais (cerca de 68 euros).
Trata-se do primeiro aumento do salário mínimo no setor têxtil do Bangladesh desde 2018, quando foi fixado em 8.000 takas.
O anúncio do Governo pretende desanuviar os violentos protestos que os trabalhadores do setor iniciaram no final de outubro.
Dois manifestantes morreram na semana passada em Gazipur, perto da capital, Daca, após confrontos com a polícia e o incêndio de uma fábrica.
Os trabalhadores exigem um salário mínimo de 23.000 takas (cerca de 195 euros) para combater a elevada inflação no país asiático, um valor que o Governo não conseguiu cumprir.
Os sindicatos avisaram que vão continuar os protestos.
"Não é possível sustentar uma família com 12.500 takas", disse o secretário-geral da Central Sindical dos Trabalhadores do Vestuário do Bangladesh, Joly Talukder, à agência espanhola EFE.
"Rejeitamos esta situação. Vamos voltar a manifestar-nos na sexta-feira", acrescentou.
Milhares de trabalhadores retomaram hoje as manifestações em Gazipur, levando ao encerramento de centenas de fábricas.
"Os trabalhadores de 15 a 20 fábricas abandonaram as fábricas sem trabalhar e tomaram posições nas ruas. Conseguimos mandá-los de volta para casa", disse o chefe da polícia local, Sarwar Alam.
O setor têxtil no Bangladesh tem sido alvo de um intenso escrutínio durante anos devido às más condições de trabalho, especialmente após o colapso do complexo Rana Plaza em 2013, no qual 1.100 trabalhadores morreram e 2.500 ficaram feridos.
Os têxteis representam quase 85% do total das exportações do Bangladesh, que ascenderam a 55 mil milhões de dólares (51,4 mil milhões de euros) em 2022.
Leia Também: Detidos cerca de 8.000 apoiantes da oposição ao Governo no Bangladesh
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