Quase um mês depois de a tensão ter aumentando no Médio Oriente com o conflito entre o Hamas e Telavive, o porta-voz do exército israelita anunciou a detenção de uma ativista de 22 anos.
Segundo o responsável as autoridades, Ahed Tamini foi detida na cidade de Nabi Saleh, na Cisjordânia, por suspeitas de “incitamento à violência e de atividades terroristas”, estando agora sob custódia “das forças de segurança israelitas para ser interrogada”.
De acordo com a Agência France-Presse (AFP) a detenção aconteceu durante uma operação do exército israelita "destinada a deter indivíduos suspeitos de estarem envolvidos em atividades terroristas e de incitamento ao ódio".
Segundo uma força de segurança disse à AFP, a detenção aconteceu na sequência de uma publicação no Instagram, que circulava nas redes sociais e que foi atribuída à ativista. A mãe de Ahed Tamimi negou que ela tivesse partilhado a imagem em questão. "Há dezenas de sites com o nome da Ahed e com a sua fotografia com as quais ela não está relacionada", referiu Nariman al-Tamimi à agência.
A mãe da ativista referiu que também o marido, pai de Ahed, foi detido a 20 de outubro - e que desde aí que a família não tem notícias dele.
Ahed Tamimi, the famous Palestinian girl who was used in propaganda videos of Palestinian terrorist organizations as a means of Psychological Operations against #Israel is now arrested in West Bank. Ahed Tamini is a weapon used by #Hamas and other terror groups. pic.twitter.com/ahgFz0MN4K
— Babak Taghvaee - The Crisis Watch (@BabakTaghvaee1) November 6, 2023
Mas quem é Ahed Tamimi?
Apesar de ser jovem, Tamimi não é desconhecida da causa palestiniana. A primeira vez que Tamimi ganhou notoriedade foi em 2015, quando defendeu o irmão de um soldado israelita.
A jovem, na altura com 14 anos, foi filmada a morder um soldado israelita para o impedir de deter o irmão mais novo, imobilizado no chão, com o braço engessado.
Desde então, tornou-se um ícone mundial da causa palestiniana e é considerada pelos palestinianos como um exemplo de coragem face à repressão israelita nos territórios palestinianos ocupados.
Um retrato gigante de Tamini foi pintado no muro de separação israelita na Cisjordânia ocupada, no setor de Belém.
Ahed Tamimi (helping her brother in this video) has been arrested by the terrorist State of Israel #AhedTamimi #FreePalestine https://t.co/Ut04sx0BmQ
— Mariam Al Bab (@MaryDedeur) November 6, 2023
Não ficou por aqui…
O episódio, que correu o mundo, não foi único, já que Tamimi foi detida em 2017, durante oito meses, por ter esbofeteado dois soldados israelitas no pequeno pátio da casa da família.
Tough teen Ahed Tamini becomes poster child for Palestinian cause http://t.co/oMARzwdVLT pic.twitter.com/oJ9D8qZQaz
— NBC News (@NBCNews) September 12, 2015
Desde o início da guerra desencadeada a 7 de outubro pelo mortífero ataque a Israel lançado pelo movimento islamita Hamas, no poder na Faixa de Gaza, as forças de segurança israelitas procederam a detenções maciças de palestinianos suspeitos de violência, de incitamento à violência ou de serem membros do Hamas.
Cerca de 150 palestinianos foram mortos na Cisjordânia ocupada por disparos de soldados israelitas ou de colonos, de acordo com o Ministério da Saúde palestiniano.
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