Este número, contabilizado até hoje como 10.022 mortos, foi anunciado pelo porta-voz da entidade, Ashraf al-Qidreh, durante uma conferência de imprensa realizada em Gaza.
Deste total, mais de 70% são mulheres, crianças e idosos, adiantou o Ministério da Saúde, acrescentando haver ainda a registar 25.400 feridos.
"Entre as vítimas mortais, 4.104 são crianças -- uma criança morre a cada 10 minutos -- e 2.641 são mulheres", afirmou Ashraf al-Qidreh.
As informações divulgadas pelo Hamas, organização considerada terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, não puderam ser verificadas de forma independente.
Estados Unidos e Israel têm considerado os números do Hamas empolados para fins propagandísticos.
O Ministério de Gaza adiantou também que, nas últimas 24 horas, morreram 252 pessoas nos bombardeamentos israelitas ao enclave, que afetaram vários hospitais.
Segundo a mesma fonte, pelo menos oito pessoas foram mortas em ataques a um complexo hospitalar na cidade de Gaza, onde se localiza o único hospital psiquiátrico da Faixa, um centro oftalmológico e o hospital pediátrico.
O Ministério lembrou que 192 profissionais médicos morreram desde o início da guerra e que 32 ambulâncias foram destruídas, enquanto 16 hospitais estão fora de serviço, acusando também Israel de atacar padarias onde as pessoas fazem fila para comer, agravando ainda mais a crise alimentar.
A Faixa de Gaza -- um pequeno território com 362 Km2 habitado por 2,4 milhões de habitantes e controlado pelo Hamas -- tem estado sob "cerco total" de Israel, que cortou o fornecimento de água, eletricidade e alimentos, tendo Israel recentemente permitido abrir uma passagem para o Egito apenas para entrada de ajuda humanitária e saída de pessoas com dupla nacionalidade.
A Faixa de Gaza já estava sujeita a um bloqueio terrestre, aéreo e marítimo israelita desde que o Hamas assumiu o poder, em 2007.
Segundo o exército israelita, pelo menos 30 soldados foram mortos desde o início da operação terrestre.
A comunidade internacional teme que o conflito se expanda, particularmente na Cisjordânia, território palestiniano ocupado por Israel desde 1967, mas onde a Autoridade Nacional da Palestiniana (ANP) exerce um certo grau de autonomia.
De acordo com a ANP, mais de 150 palestinianos foram mortos nesta região por disparos de soldados ou colonos israelitas.
Na fronteira norte de Israel com o Líbano também se registam trocas de tiros diárias entre o exército israelita e, em particular, o Hezbollah, organização política e paramilitar fundamentalista islâmica que é apoiada pelo Irão e aliada do Hamas.
Segundo uma contagem feita pela agência de notícias francesa AFP, desde o início da guerra foram mortas 81 pessoas no Líbano, incluindo 59 combatentes do Hezbollah.
A guerra, que cumpre hoje o 31º. dia, começou em 07 de outubro, com um ataque de surpresa realizado pelo Hamas contra o território israelita, que provocou cerca de 1.400 mortos, mais de 5.400 feridos e durante o qual foram feitos mais de 240 reféns.
O ataque levou Israel a declarar guerra e a retaliar com bombardeamentos em Gaza desde então.
[Notícia atualizada às 15h43]
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