Amigos e famílias "martirizados" em Al-Maghazi. "Abalou toda a área"

Mais de 50 pessoas terão morrido no ataque ao campo de refugiados Al-Maghazi, em Gaza. Residentes referem que edifícios colapsaram "sobre eles" enquanto passavam momentos em família.

Al-Maghazi, campo de refugiados

© MOHAMMED ZAANOUN/Middle East Images/AFP via Getty Images

Notícias ao Minuto
06/11/2023 11:05 ‧ 06/11/2023 por Notícias ao Minuto

Mundo

Israel/Palestina

À medida que se assinala quase um mês da escalada de conflito no Médio Oriente, a Faixa de Gaza continua a ser palco de explosões, nomeadamente, em campos de refugiados.

No sábado, houve registo de explosões no campo Al-Maghazi, e, de acordo com o que o diretor do hospital de Al-Aqsa, estas resultaram de um ataque aéreo pelas forças israelitas.

O governo de Gaza referiu no domingo que 47 pessoas tinham morrido, mas, de acordo com o diretor do hospital, o número de vítimas mortais é, pelo menos, 52.

“Uma das casas no campo foi atingida. Esta habitação estava cheia de pessoas. Os residentes foram bombardeados enquanto estavam em segurança”, referiu o responsável pela enfermagem na unidade, Khalil Al-Daqran.

O exército israelita não confirmou se estava a atingir a área, referindo que as circunstâncias da explosão estavam a ser investigadas.

À CNN Internacional, várias pessoas deram o seu testemunho.

“Estávamos sentados em casa e de repente ouvimos uma explosão muito poderosa. Abalou toda a área”, detalhou um dos residentes do campo.

Al-Daqran contou ainda à publicação norte-americana que ontem ainda estavam a chegar várias vítimas ao hospital e falou sobre a sobrelotação que está a decorrer no local. “O número de pessoas que precisam de tratamento corresponde ao dobro do número que camas que temos”, notou.

Muhammed Alaloul, um fotojornalista, viu parte da sua família ser vítima deste ataque. De acordo com o que contou à CNN, quatro dos seus filhos morreram, assim como perdeu três irmãos. “Vi os meus irmãos serem martirizados. Vi amigos que estavam em minha a casa a serem martirizados”, apontou.

Alaloul referiu ainda que a casa onde mora ficou “completamente destruída”. “A casa estava cheia de crianças e agora ainda há, na zona, pessoas que estão nos destroços”, declarou.

Outro dos filhos de Alaloul ficou ferido, assim como o seu pai e mãe. A esposa ficou também ferida – e com gravidade, tendo sido levada para os cuidados intensivos

Um outro residente de Al.-Maghazi, Jamal Al Aloul, contou que foi acordado pelo estrondo dos bombardeamentos. “O edifício colapsou sobre nós”, descreveu. O homem perdeu dois dos seus filhos.

Também Samah Shaqoura, outra residente, contou que perdeu o seu pai no sábado.

“Vi uma luz vermelha, começou tudo a abanar e ouvi as minhas irmãs gritar”, recordou, acrescentando que momentos antes estava a ter um momento em família, enquanto falavam e rim entre si.

“Quando percebi que estava viva, comecei à procura para ver quem também estava”, referiu, descobrindo momentos depois o corpo do seu pai.

Segundo o Ministério da Palestina, o número de mortos desde 7 de outubro está quase a chegar aos dez mil, um mês depois de o conflito ter escalado. Esta segunda-feira, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, encontra-se em Ancara, na Turquia, para falar sobre a situação no Médio Oriente.

O responsável não tem, no entanto, nenhuma encontro marcado com o presidente, Recep Tayyip Erdoğan, tendo este último criticado ontem os EUA, acusando-os de serem cúmplices. Os EUA têm vindo a reiterar o direito de Israel se defender.

Leia Também: Israel. Borrell admite "falhanço político e moral" que agravou conflito

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