ONU pede ao Irão investigação rápida a morte de jovem por não usar véu

Um grupo de peritos das Nações Unidas pediu hoje ao Governo do Irão uma investigação rápida à morte de Armita Garevand, jovem iraniana que morreu em 28 de outubro após um alegado ataque por não usar o véu islâmico.

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Lusa
02/11/2023 17:35 ‧ 02/11/2023 por Lusa

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Os especialistas, incluindo o relator da ONU sobre a situação dos direitos humanos no Irão, Javaid Rehman, denunciaram que a morte da jovem, no metropolitano de Teerão, faz parte de uma "nova onda de ataques contra mulheres e meninas" no país, após a entrada em vigor da lei da castidade e 'hijab (véu islâmico)".

Entre as represálias que as mulheres iranianas enfrentam por não cumprirem estes regulamentos, os especialistas destacaram que algumas perderam os seus empregos, foram condenadas à prisão ou obrigadas a realizar trabalhos forçados.

"Mulheres e meninas iranianas não deveriam ser punidas por usar ou não uma determinada peça de roupa e certamente não deveriam arriscar perder a vida por isso", disseram.

As autoridades iranianas argumentaram que a jovem bateu com a cabeça depois de sofrer uma queda de tensão no metro da capital e que morreu após ter estado em coma durante 28 dias devido a danos cerebrais.

Os especialistas apelaram às autoridades iranianas para acabarem com as leis discriminatórias, incluindo regras que impõem códigos de indumentária obrigatórios, por serem incompatíveis com os princípios da igualdade de género e outras liberdades.

"Continuamos preocupados e alarmados com as políticas e práticas que continuam a ser aplicadas no Irão", disseram os especialistas.

Também criticaram o Governo iraniano por não ter realizado investigações independentes às mortes de mulheres e meninas durante os protestos nacionais que eclodiram em 2022 após a morte de Mahsa Amini, sob custódia da chamada Polícia da Moralidade por supostamente não usar o véu corretamente.

Assinam igualmente a declaração o relator da ONU sobre execuções extrajudiciais, sumárias ou arbitrárias, Morris Tidball-Binz, a relatora sobre a violência contra as mulheres e as raparigas, Reem Alsalem, e os cinco membros do Grupo de Trabalho da ONU sobre a discriminação contra as mulheres e as raparigas.

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