Guerras e questões sobre idade marcam último ano da presidência Biden

O último ano da presidência de Joe Biden, que foi eleito a 03 de novembro de 2020, será marcado pelo desempenho da economia, as guerras em território internacional e as questões sobre a idade avançada do presidente. 

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Lusa
01/11/2023 08:26 ‧ 01/11/2023 por Lusa

Mundo

EUA

"A questão da economia é um grande desafio", disse à Lusa o cientista político Thomas Holyoke, professor na Universidade Estadual da Califórnia em Fresno. "O crescimento mais recente do PIB foi incrivelmente bom e o desemprego é muito baixo, mas a inflação marcou as pessoas e criou esta perceção de que Biden não consegue gerir a economia, quando na verdade está a fazer um bom trabalho".

O analista considera que Biden terá de mudar essa perceção para aumentar as hipóteses de ser reeleito, numa altura em que falta um ano para novo embate com -- provavelmente -- Donald Trump. 

Esse problema será agravado pelas interrogações quanto à sua idade e capacidade física e mental de ser presidente durante mais quatro anos. Se for reeleito, Biden terá 81 anos aquando da tomada de posse em 2025. 

"Não consigo imaginar outra estratégia para Biden que não ser muito visível. A perceção dele é que está velho e tem de ser visto a fazer coisas", referiu Holyoke. 

"Ele quer muito promover a força da economia e a legislação que promulgou com investimentos na economia", continuou. "Precisa de andar por aí a cortar fitas, a falar de investimentos e novos projetos e os empregos que serão criados". 

Dessa forma, a estratégia endereçará os dois maiores desafios do último ano do mandato do presidente. 

Mas as convulsões internacionais podem tornar difícil essa gestão. Com a guerra na Ucrânia em segundo plano, é o conflito em Gaza que vai marcar o próximo ano. 

"Temos, tradicionalmente, um apoio muito forte a Israel, embora o país esteja hoje mais dividido do que esteve no passado", frisou Holyoke. 

Um dos riscos para Joe Biden, que reafirmou a posição de apoio inequívoco ao país, é a deterioração da opinião pública em relação a Israel por causa da resposta militar que está em curso em Gaza, depois do ataque terrorista do Hamas a 07 de outubro. 

No entanto, o apoio a Israel é mais ou menos consensual, pelo que também os candidatos Republicanos sofreriam o mesmo efeito. 

Olhando para as sondagens agregadas pela plataforma especializada FiveThirtyEight, a posição de Joe Biden não é ideal. O presidente aparece em várias pesquisas empatado ou a perder por 1 a 2 pontos para Trump. 

Na mais recente da Morning Consult, Biden aparece empatado com Trump, cada um com 43%, e o mesmo acontece na última sondagem da Abacus Data, 39%-39%. 

Na pesquisa da Redfield & Wilton Strategies, Biden perde para Trump 38%-40% e na da McLaughlin & Associates 35%-38%. 

O peso relativo destas sondagens é baixo devido à distância temporal, mas vinca o apoio inabalável da base a Donald Trump, apesar dos vários julgamentos criminais a que será sujeito nos próximos anos.

"Ainda é muito cedo. Uma grande porção do eleitorado não começa a focar-se em tomar decisões até meados de outubro antes das eleições", referiu Thomas Holyoke. 

A menos de dois meses das primárias Republicanas, Donald Trump tem praticamente garantida a nomeação pelo partido, enquanto Biden conta com o apoio total do aparelho Democrata, apesar de um novo competidor.

O congressista Dean Phillips, Democrata pelo Minnesota, lançou uma campanha inesperada pela nomeação aludindo à idade avançada de Biden, apesar de dizer que o Presidente "fez um trabalho espetacular". 

Phillips não tem hipóteses de conseguir delegados suficientes para bater Biden, até porque falhou os prazos de inscrição nalguns estados, mas o desafio ilustra a insatisfação de partes do partido quanto à falta de alternativas a um presidente incumbente que tem 80 anos. 

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