Bombardeamento atinge campo de refugiados em Gaza e faz dezenas de mortos

As equipas de resgate ainda estão a retirar várias vítimas dos escombros no campo de Jabalia. Imagens demonstram crateras enormes enquanto civis procuram pelos familiares entre os mortos.

Ataque israelita em campo de refugiados de Jabalia, na Faixa de Gaza - Palestina

© Fadi Alwhidi/Anadolu via Getty Images

Notícias ao Minuto
31/10/2023 16:20 ‧ 31/10/2023 por Notícias ao Minuto

Mundo

Faixa de Gaza

Um forte bombardeamento israelita devastou esta terça-feira várias casas no campo de refugiados de Jabalia, uma zona no norte da Faixa de Gaza, com as autoridades locais a falarem de pelo menos 47 mortos, embora esse número seja provisório.

O ataque surgiu durante a tarde e atingiu uma zona residencial. O campo de refugiados de Jabalia tem sido uma das localizações mais atingidas pelos bombardeamentos israelitas, com a população a sentir enormes dificuldades humanitárias, tal como no resto da Faixa de Gaza.

O ministério da Saúde de Gaza, liderado pelo Hamas e cujos números são considerados fidedignos por várias organizações não-governamentais, avançou que "há mais de 50 mártires e cerca de 150 feridos, e dezenas debaixo dos destroços, num massacre horrendo israelita que atingiu várias casas".

Imagens divulgadas por alguns órgãos de comunicação no local, incluindo pela France-Presse e pela Al Jazeera, demonstram crateras enormes provocadas pelas bombas, com pessoas contornando as mesmas enquanto procuram por familiares, vivos ou mortos.

Pelo menos 47 corpos foram retirados. Alertamos que a violência de algumas das imagens pode ferir a suscetibilidade dos leitores mais sensíveis.

O ataque foi mais uma vez condenado por várias organizações e pelo governo palestiniano de Ramallah, na Cisjordânia. O Crescente Vermelho na Palestina, uma filiada da Cruz Vermelha, disse que a situação era "absolutamente horrível", alertando para a falta de capacidade do sistema de saúde em lidar com mais feridos.

"Estamos a assistir a um número crescente de mortos entre civis palestinianos em Gaza devido a ataques a edifícios residenciais, casas, ruas, bem como locais de culto e hospitais", disse um porta-voz da organização, Nebal Farsakh, à Al Jazeera.

Através da rede social Twitter, agora X, o ministério dos Negócios Estrangeiros da Organização pela Libertação da Palestina (OLP, o órgão que representa o estado palestiniano a partir da Autoridade Palestiniana, na Cisjordânia) classificou o ataque como um "massacre", condenando a "destruição de uma área residencial densamente povoada inteira".

"De acordo com os dados iniciais, parece que levou a 400 mártires e feridos, incluindo mulheres e crianças no campo. Isto é um massacre a concretizar-se à frente dos nossos olhos e ouvidos sob o pretexto da 'autodefesa'", comentou o ministério.

É já o 25.º dia de ataques israelitas sobre a Faixa de Gaza. Nesta altura, o exército israelita continua a fazer incursões terrestres em várias frentes, com relatos de tanques israelitas e combates dentro do pequeno enclave palestiniano.

O bombardeamento contínuo de Israel surgiu depois de um ataque do Hamas, no dia 7 de outubro, que fez mais de 1.400 mortos e mais de 200 reféns, que ainda se encontram em Gaza. O ataque, disse António Guterres, "não ocorreu do nada", dada a ocupação israelita de praticamente duas décadas sobre a Faixa de Gaza e de 75 anos dos territórios palestinianos, como a Cisjordânia, onde a política de colonatos ilegais se intensificou durante o atual governo ultranacionalista de Benjamin Netanyahu.

A resposta israelita tem sido muito contestada pelas maiores organizações não-governamentais do mundo, como a Organização das Nações Unidas (ONU), a Amnistia Internacional, a Human Rights Watch, a Jewish Voice for Peace, entre muitas outras, que pedem um cessar-fogo imediato e o aumento da ajuda humanitária que pode entrar em Gaza.

No total, já morreram mais de 8 mil palestinianos, com 70% dos mortos a serem crianças e mulheres. Israel, apoiada pelos Estados Unidos e pela União Europeia, continua a argumentar que a ofensiva é necessária para "eliminar o Hamas" e proteger o seu direito de autodefesa.

A Faixa de Gaza está ainda sem o seu habitual fornecimento de água, comida, combustível e bens essenciais, desde o dia 8, quando o governo israelita anunciou um "cerco total". A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem também alertado para a catástrofe humanitária em Gaza, já que a falta de água e de serviços essenciais está a gerir um aumento de doenças epidemiológicas, além das dificuldades que têm sufocado os hospitais que ainda funcionam.

Leia Também: ONU alerta sobre bombardeamentos nos arredores de três hospitais em Gaza

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