Segundo a organização não-governamental ambientalista, uma investigação realizada no ano passado nas águas do sudoeste da Grécia e de Creta descobriu que vários mamíferos marinhos estão presentes naquela zona tanto no inverno como no verão.
As atuais limitações ambientais limitam a prospeção ao período de inverno, para diminuir o impacto nos períodos de reprodução de baleias, golfinhos ou outros cetáceos.
Mas a pesquisa publicada na quinta-feira na revista Endangered Species Research descobriu que pelo menos quatro espécies de cetáceos, incluindo cachalotes e baleias-de-bico-de-Cuvier, estão presentes naquela área durante todo o ano.
A área que está a ser explorada na prospeção de gás sobrepõe-se em grande parte à Fossa Helénica, que inclui as águas mais profundas do Mediterrâneo, a 5,267 metros, e é um habitat vital para as poucas centenas de cachalotes do mar e outros mamíferos marinhos já ameaçados pela pesca, colisões com navios e poluição por plásticos.
Por isso, a Greenpeace apelou ao governo grego para cancelar todas as licenças de perfuração 'offshore'.
Em 2019, a Grécia concedeu direitos de exploração de dois blocos no fundo do mar a sul e a sudoeste da ilha de Creta a um consórcio internacional de energia, enquanto outros projetos de menores dimensões estão em curso mais a norte.
Já este ano, as empresas gregas ExxonMobil e Helleniq Energy concluíram uma investigação sísmica de três meses no fundo do mar nos dois grandes blocos e o governo grego afirmou que a perfuração exploratória inicial poderá começar em 2025.
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