O desafio foi lançado hoje pelo ministro do Ambiente, Habitação e Ordenamento do Território cabo-verdiano, Antero Veiga, na abertura da segunda reunião do comité de pilotagem do projeto de gestão integral dos recursos hídricos na zona costeira no Oceano Atlântico, Índico e Pacífico, que acontece na Cidade da Praia.
Segundo Antero Veiga, Cabo Verde tem conhecido "ganhos assinaláveis" nos domínios da água e saneamento, pelo que é preciso caminhar para a sustentabilidade ambiental, mas "com ações diárias, rumo à naturalização e perenidade".
"A população com água potável em Cabo Verde passou de 42%, em 1990, para 91%, em 2012, enquanto a população com acesso a um sistema de seguro de evacuação de águas residuais passou de 24% para 73,4% no mesmo período", indicou Antero Veiga, para quem o objetivo é universalizar o acesso à água e saneamento no país.
"Os indicadores demonstram ganhos qualitativos e quantitativos. Mas a ambição de universalizar o acesso à água e saneamento obriga-nos a redobrar esforços, a ser persistentes e consequentes, de forma a atingirmos, tão cedo quanto possível, a sustentabilidade ambiental, para o bem das futuras gerações", prosseguiu.
Segundo o ministro, as políticas e reformas em curso em Cabo Verde se ajustam às estratégias do projeto de gestão integral dos recursos hídricos, que também constitui uma mais-valia no reforço das ações em matéria de capacitação e sustentabilidade ambiental nos países insulares do Atlântico, Pacífico e Índico.
A reunião do comité de pilotagem, que terá a duração de dois dias, serve para os representantes de Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Comores, Maldivas, Maurícias e Seychelles analisarem os progressos realizados nos diferentes países no que diz respeito à gestão dos recursos hídricos, discutir o funcionamento do projeto a nível regional e nacional e analisar os planos de trabalhos e orçamentos anuais.
Pretende-se ainda com o encontro apreciar as lições aprendidas de planeamento participativo, estabelecer e reforçar os contactos entre todos pequenos Estados insulares e procurar estratégias para o uso racional da água e adaptação às mudanças climáticas e partilhar os ganhos do projeto.
Com um financiamento de 600 mil dólares (431,4 mil euros), o Fundo Mundial para o Ambiente fez de Cabo Verde uma "experiência piloto" está a ser executada no concelho do Tarrafal (interior da ilha de Santiago), mas o objetivo é levar as boas práticas na gestão das águas a todas as ilhas e municípios do país.
RYPE // EL
Lusa/Fim