Borrell pede soluções para desequilíbrio comercial com China

O Alto Representante da União Europeia para a Política Externa, Josep Borrell, considerou hoje que Europa e China têm de resolver o desequilíbrio nas trocas comerciais para evitar uma maior desassociação entre as duas economias.

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Lusa
13/10/2023 11:50 ‧ 13/10/2023 por Lusa

Mundo

Josep Borrell

A política da UE é "reduzir riscos" e "é fundamental para o bloco comunitário evitar a dependência e favorecer a diversificação de fornecedores", afirmou Borrell, durante um discurso proferido na Universidade de Pequim.

"Essa foi a lição que aprendemos com a guerra na Ucrânia e a pandemia da covid-19", explicou.

Borrell chegou na quinta-feira ao país asiático para uma visita de três dias durante a qual abordará a guerra entre Israel e o Hamas, o conflito na Ucrânia e a tensão entre Pequim e Taiwan.

O chefe da diplomacia europeia lamentou o crescente desequilíbrio comercial a favor da China ou as restrições que as empresas europeias enfrentam no país asiático.

"Temos de proteger as nossas economias. O próprio Presidente chinês, Xi Jinping, disse algo semelhante sobre o seu país em 2020, que tinha de construir um sistema económico menos dependente do mundo exterior. Isso é reduzir riscos, com características chinesas", afirmou.

A UE registou um défice comercial com a China de 395,7 mil milhões de euros em 2022, um aumento de mais de 30%, face a 2021. Apenas um Estado-Membro da UE - a Irlanda - registou um excedente comercial com a China em 2022.

Segundo Borrell, a China e a UE têm de encontrar soluções, caso contrário as duas partes vão-se afastar ainda mais.

"As regras são necessárias: servem para evitar que os grandes abusem dos pequenos e para tornar o multilateralismo uma realidade. Não se pode escolher a regra que se quer seguir, é preciso seguir todas", realçou.

Entre as mais recentes fricções comerciais está a investigação que a Comissão Europeia abriu na semana passada para determinar se os subsídios que a China concede às suas empresas de veículos eléctricos representam uma ameaça para os fabricantes europeus.

Isto pode resultar na imposição de taxas alfandegárias punitivas sobre as importações de veículos eléctricos chineses, uma medida que faria parte da estratégia que Bruxelas iniciou para reduzir a sua dependência económica face ao país asiático.

Segundo fontes da UE, o alto representante vai transmitir a Pequim o mal-estar da UE face às dificuldades de acesso das empresas europeias ao mercado chinês, bem como às leis de cibersegurança e contraespionagem, que obrigam as empresas estrangeiras a entregar dados ao governo.

A visita de Borrell surge depois de duas tentativas falhadas este ano, em abril, por ter testado positivo para a covid-19, e em julho, devido ao desaparecimento do antigo ministro dos Negócios Estrangeiros, Qin Gang.

Desde que a China abriu as suas fronteiras no início do ano, a presidente do executivo comunitário, Ursula von der Leyen, o vice-presidente da Comissão Europeia e responsável pelo comércio, Valdis Dombrovskis, e esta semana o comissário europeu para a energia, Kadri Simson, visitaram o país, defendendo que a UE vai continuar a pedir ao país asiático "práticas comerciais justas" e "reciprocidade" na relação.

Leia Também: Confiança política entre UE e China minada pela sobre a Ucrânia

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