A maior parte das viaturas civis transportam militares das forças de Israel e os veículos militares são pouco visíveis nas ruas da cidade, sendo que as patrulhas e as ambulâncias se concentram a cerca de dois quilómetros de Gaza.
Numa área densamente arborizada entre a zona sul da cidade e a Faixa de Gaza verificaram-se durante toda a manhã e até ao princípio da tarde disparos de artilharia de campanha das forças de Israel.
Ao final da manhã foram disparados de Gaza uma série de foguetes de artilharia contra a cidade israelita, obrigando militares e civis a refugiar-se nos vários abrigos de cimento construídos por toda a zona.
"Nesta zona de Israel, a população tem apenas 15 segundos para encontrar refúgio. Em Telavive têm 45 segundos", disse à agência Lusa um residente dos arredores da cidade, referindo-se ao escudo defensivo antimíssil de Israel que está operacional na zona sul do país.
No ataque de foguetes de hoje de manhã duas pessoas ficaram feridas, "uma delas com gravidade" na zona norte da cidade, disse à Lusa um oficial de polícia.
Na periferia sul, mais perto de Gaza, os estilhaços de um foguete destruiu um automóvel e o local onde estava estacionado, sob um resguardo num jardim. Ao lado, uma habitação de dois andares que não sofreu danos.
"É perigoso estar aqui na rua. E em casa também", lamentou, também em declarações à Lusa, um residente junto ao local atingido pelos estilhaços do foguete disparado de Gaza.
Da parte da tarde verificou-se um disparo particularmente forte da artilharia de campanha de Israel e até ao princípio da noite toda a região foi sobrevoada por helicópteros da Força Aérea de Israel.
Junto à Faixa de Gaza (norte, leste e sul) estão instalados 25 'kibbutz' (comunidades judaicas onde podem residir centenas de pessoas) e ficam localizadas três cidades, entre as quais Sderot onde vivem cerca de vinte mil habitantes.
Na zona funcionam ainda três regiões administrativas do Estado de Israel sendo que uma delas integra o deserto do Negueve.
A menos de 24 horas de sexta-feira, dia sagrado da semana para os muçulmanos e cinco dias após o ataque de grande envergadura do movimento islamista radical Hamas (07 de outubro) contra Israel, o trânsito de militares israelitas não é especialmente significativo, sobretudo na auto-estrada nº03, a principal via de comunicação entre Jerusalém e a zona perto de Gaza, segundo testemunhou a Lusa.
Mesmo assim, e apesar da presença militar na zona de Gaza, veem-se algumas colunas de autometralhadoras em movimento em direção ao sul do país.
Os militares no interior dos veículos blindados são sobretudo jovens, sendo que estão neste momento incorporados na campanha militar em curso "cerca de três mil reservistas", segundo fontes governamentais.
Leia Também: Israel. Netanyahu mostra a Blinken fotos de bebés mortos no ataque