"A França deu o seu aval à celebração de futuros contratos com a Arménia que permitirão a entrega de equipamento militar à Arménia para que possa garantir a sua defesa", sublinhou Colonna durante uma conferência de imprensa na capital arménia.
Colonna não especificou que equipamento estará envolvido, mas garantiu que Paris irá agir "nesta área com um espírito de responsabilidade de ambos os lados e sem qualquer espírito de escalada".
A ministra dos Negócios Estrangeiros realçou que o Azerbaijão, com as suas receitas petrolíferas e o apoio turco, tem-se "armado continuamente para agir".
A Arménia, aliada tradicional da Rússia, normalmente recebe armas de Moscovo e as tropas russas têm lá uma base militar, bem como um contingente de paz em Nagorno-Karabakh.
No entanto, as relações entre Moscovo e Erevan atravessam um período de tensão e a Arménia procura novos parceiros no Ocidente.
Baku obteve uma vitória relâmpago em setembro sobre os separatistas arménios de Nagorno-Karabakh, a quem Erevan recusou ajudar por medo de uma nova guerra com o seu vizinho.
O Governo separatista do Nagorno-Karabakh anunciou na quinta-feira que se vai dissolver e que a república não reconhecida vai deixar de existir até 01 de janeiro de 2024.
O anúncio foi feito depois de o Azerbaijão ter levado a cabo uma ofensiva militar para recuperar o controlo total da região separatista e ter exigido que as tropas arménias em Nagorno-Karabakh depusessem as armas e o governo separatista fosse desmantelado.
Azerbaijão e Arménia enfrentaram-se em duas guerras, no início dos anos 1990 e em 2020, pelo controlo do enclave de Nagorno-Karabakh, uma região montanhosa cuja população é maioritariamente arménia e que se separou do Azerbaijão há mais de 30 anos.
No final da curta guerra em que, no outono de 2020, o Azerbaijão recuperou territórios dessa região separatista, Baku e Erevan concluíram um cessar-fogo promovido pela Rússia.
As tensões intensificaram-se este ano, quando Baku anunciou, em 23 de abril, ter instalado um primeiro posto de controlo rodoviário à entrada do corredor de Latchin, único eixo que liga a Arménia ao enclave separatista, já submetido a um embargo que causou escassez de bens de primeira necessidade e cortes de energia elétrica.
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