Finlândia espera que Turquia viabilize adesão da Suécia à NATO este mês
A Finlândia espera que a Turquia viabilize a adesão da Suécia à NATO já este mês, disse à Lusa a ministra dos Negócios Estrangeiros finlandesa, que sublinhou que a entrada de Helsínquia na organização não foi "contra ninguém".

© Thierry Monasse/Getty Images

Mundo Elina Valtonen
"Estamos confiantes de que a Turquia seguirá a sua própria decisão. O Presidente [Recep] Erdogan afirmou, no verão passado, em Vilnius, que está pronto para carregar no 'botão verde' para a Suécia. Esperemos que aconteça em breve, já em outubro", afirmou Elina Valtonen, em entrevista à Lusa em Helsínquia.
O Presidente turco condicionou esta semana a aceitação de Ancara à adesão da Suécia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) à venda de F-16 pelos Estados Unidos da América.
"Não há nada de novo nisso. [Os turcos] têm ligado todo o tipo de coisas à adesão da Suécia à NATO. Claro que, até certo ponto, achamos que é uma pena que haja todo o tipo de requisitos que no fim de contas, têm muito pouco a ver com o facto de a Suécia se tornar membro e começar a reforçar a Aliança, o que também é do interesse da Turquia", referiu.
Na sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia, Finlândia e Suécia pediram para aderir à NATO, mas Turquia e Hungria ainda não ratificaram a entrada do Estocolmo, apesar de Ancara já ter dado luz verde, faltando a aprovação do parlamento.
Sobre a adesão de Helsínquia à organização, que ocorreu em abril passado, a chefe da diplomacia finlandesa afirmou que se tratou de "um passo muito natural".
"Temos mantido uma cooperação muito estreita com a NATO. É claro que o nosso grupo de pares são os países nórdicos, com quem temos uma cooperação muito estreita. A cooperação no domínio da defesa com todos os países, e agora que a Suécia também se tornará membro, esperamos que em breve, facilita o facto de fazermos todos parte da mesma aliança", sustentou.
A governante salientou que a decisão "não foi dirigido contra ninguém".
"Foi uma escolha que a vasta maioria dos finlandeses aprovou, porque resultou das nossas próprias preocupações de segurança e a NATO não ameaça ninguém, é uma aliança de defesa. Se a NATO fosse uma ameaça para a Rússia, por exemplo, porque é que eles teriam afastado as suas tropas da nossa fronteira? É apenas uma retórica. (...) Se a Rússia acabasse com a guerra, poderíamos pôr termo a esta retórica", considerou.
Seis meses depois da adesão, a ministra afirma que os finlandeses "não sentiram uma ameaça militar imediata quando a decisão foi tomada, e certamente que agora também não".
"A posição da Finlândia sempre foi a de que levamos a nossa segurança muito a sério e sempre investimos na nossa defesa e continuamos a fazê-lo. Este ano, as nossas despesas com a defesa estão a atingir os 2,4% do produto interno bruto. E apesar de termos aderido à Aliança, é claro que não baixamos a guarda, continuamos a ser responsáveis, em primeiro lugar, pela defesa do nosso país e também da fronteira da União Europeia e da NATO que temos com a Rússia", sustentou.
*** A Lusa viajou a convite do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Finlândia ***
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