"Informei [o embaixador Aleksandar] Bocan-Harcenko sobre o facto de que uma brutal limpeza étnica, organizada pelo [primeiro-ministro kosovar] Albin Curti, com o apoio da comunidade internacional, está a ter lugar no Kosovo", escreveu hoje Vucic na rede social Instagram.
O Presidente relatou na rede social um encontro hoje com o chefe da delegação russa em Belgrado, um dia depois do tiroteio ocorrido no Kosovo entre a polícia e um grupo armado, alegadamente constituído por sérvios ou sérvios do Kosovo.
O Presidente sérvio descreveu a conversa com o embaixador russo como "muito importante" e manifestou a sua gratidão ao diplomata por ter ouvido "os pedidos e exigências do lado sérvio", mas não revelou mais pormenores.
Entretanto, a polícia do Kosovo continua a investigar o violento incidente de domingo, um longo tiroteio em que os agressores se barricaram num mosteiro no norte do Kosovo e que deixou um polícia e três alegados agressores mortos, duas pessoas feridas e seis detidas.
O primeiro-ministro do Kosovo acusou imediatamente Belgrado de apoiar os agressores, um grupo que estimou em cerca de 30 pessoas a quem chamou "terroristas".
Vucic rejeitou, logo no domingo, as acusações, culpando, por seu lado, Curti pela opressão e maus-tratos a membros da minoria sérvia no Kosovo e garantindo que esta foi a causa do incidente de rebelião armada.
O Presidente sérvio também atacou as forças da NATO no Kosovo, as KFOR, por terem ajudado a polícia do Kosovo a cercar completamente o grupo armado que causou a morte do agente da polícia e impedi-lo de fugir para o centro da Sérvia.
O chefe de Estado acusou ainda as KFOR de terem dado à polícia do Kosovo "carta branca para matar todos" os sérvios cercados, afirmando que em nenhuma outra parte do mundo as forças internacionais alguma vez agiram de forma semelhante.
"Uma coisa é certa: o Kosovo nunca, nunca e nunca receberá a independência, pelo menos não da Sérvia, não importa o que façam aqueles que nos bombardearam em 1999", disse Vucic, aludindo à intervenção da NATO na guerra do Kosovo.
Tal como Belgrado, Moscovo, que é um aliado próximo da Sérvia, não reconhece a independência declarada por Kosovo em 2008.
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