Segundo o advogado, Kara-Mourza, um dos principais críticos do Presidente russo, Vladimir Putin, e detentor de cidadania britânica, foi condenado a uma pena "particularmente severa" em abril, o que levou as capitais ocidentais a exigir a respetiva libertação.
"Vladimir Kara-Mourza foi levado para a colónia penal de alta segurança IK-6 em Omsk para cumprir a sua pena", declarou o seu advogado Vadim Prokhorov na rede social Facebook.
Segundo Prokhorov, o opositor foi "imediatamente colocado numa cela de isolamento".
Omsk, cidade com mais de um milhão de habitantes, fica a cerca de 2.700 quilómetros a leste de Moscovo.
Os prisioneiros que cumprem longas penas no sistema prisional russo são frequentemente enviados para povoações remotas e demoram semanas a chegar lá, com paragens em várias prisões do vasto país.
"A viagem de Moscovo a Omsk, no século XXI, demorou nada mais nada menos do que três semanas", ironizou Prokhorov, acrescentando que o opositor foi mantido durante "vários dias" numa cela de isolamento na cidade de Samara, no centro da Rússia.
As pessoas próximas de Vladimir Kara-Mourza estão preocupadas com a frágil saúde do opositor, uma vez que este sofre de uma doença nervosa chamada polineuropatia, provocada por duas tentativas de o envenenar.
Vladimir Kara-Mourza foi considerado culpado de divulgar "informações falsas" sobre o exército russo e sobre a invasão militar da Ucrânia, bem como de ter ligações a uma "organização indesejável", após um julgamento realizado à porta fechada.
Esta é a sentença mais pesada proferida nos últimos anos contra um importante opositor do Kremlin.
Desde o início da ofensiva russa na Ucrânia, quase todas as figuras da oposição foram presas ou fugiram do país.
Milhares de russos comuns também foram julgados e detidos por se oporem ao conflito e, por vezes, condenados a longas penas de prisão.
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