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Nagorno-Karabakh: Principais momentos do mais antigo conflito da ex-URSS

Disputa territorial surgiu entre a Arménia e o Azerbaijão na fase final da URSS e dura desde então - há mais de três décadas.

Nagorno-Karabakh: Principais momentos do mais antigo conflito da ex-URSS
Notícias ao Minuto

15:22 - 19/09/23 por Lusa

Mundo Nagorno-Karabakh

O conflito de Nagorno-Karabakh, o mais antigo do espaço pós-soviético, pode sofrer uma nova escalada no sul do Cáucaso depois de o Azerbaijão ter lançado hoje uma "operação antiterrorista" em resposta a alegadas provocações das forças armadas arménias.

Estes são alguns dos principais momentos da disputa territorial que surgiu entre a Arménia e o Azerbaijão na fase final da URSS e que dura desde então, ou seja, há mais de três décadas.

O início do conflito

Em 1988, durante o processo da 'Perestroika', a região, que pertencia ao Azerbaijão mas era povoada maioritariamente por arménios, anunciou o desejo de se separar do Azerbaijão para se juntar à vizinha Arménia.

No mesmo ano, o parlamento da República Socialista da Arménia aprovou a incorporação do território de Nagorno-Karabakh, medida que nunca chegou a concretizar-se jporque o governo central da URSS bloqueou a decisão.

Escalada em 1992

As tendências nacionalistas no Azerbaijão e na Arménia continuaram a crescer e, em 1992 - um ano depois da queda da União Soviética -, eclodiu uma guerra sangrenta entre as duas repúblicas emergentes pelo controlo de Nagorno-Karabakh.

A guerra durou três anos e causou cerca de 25 mil mortes. Como resultado, o Azerbaijão perdeu o controlo sobre Nagorno-Karabakh e sete distritos adjacentes ocupados pelo lado arménio, que os considerava uma "faixa de segurança".

Já em dezembro de 1991 tinha sido realizado um referendo em Karabakh no qual 99,89% da população votou a favor da proclamação do território separatista como república independente.

No entanto, a autoproclamada república de Nagorno-Karabakh não foi até agora reconhecida por nenhum membro da comunidade internacional, incluindo a Arménia.

O acordo de tréguas

As três partes em conflito - Azerbaijão, Arménia e Nagorno-Karabakh - assinaram em 1994 uma trégua na capital do Quirguistão, Bishkek, sob os auspícios da Rússia.

Simultaneamente, foi criado o Grupo de Minsk para o acordo de Karabakh na Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), copresidido pela Rússia, a França e os Estados Unidos.

Apesar de todos os esforços dos mediadores, as partes não conseguiram chegar a um compromisso.

Segundo a Arménia, uma das razões foi o facto de Nagorno-Karabakh ter sido excluído do processo de negociação, o que aconteceu pouco depois da assinatura do cessar-fogo.

Entretanto, o Azerbaijão insistiu que a solução para o conflito passava necessariamente pela libertação dos territórios ocupados, uma exigência que foi apoiada por várias resoluções do Conselho de Segurança da ONU.

A "guerra dos quatro dias" de 2016

Após vários anos de relativa calma na linha de separação, foram registados novos confrontos em Nagorno-Karabakh em abril de 2016, o que reavivou os receios de um conflito de grande escala. O conflito foi denominado "guerra dos quatro dias".

Durante essa escalada, pelo menos 300 pessoas de ambos os lados morreram e várias centenas ficaram feridas.

Entre 2016 e 2020, os confrontos entre os dois países começaram a aumentar, não só na zona de Nagorno-Karabakh, mas também na fronteira estatal entre a Arménia e o Azerbaijão.

Durante estes confrontos, que causaram mais de 20 mortes em ambos os lados do conflito, as partes utilizaram não só armas ligeiras, mas também artilharia pesada e aviação.

A guerra de 2020

A segunda guerra de Nagorno-Karabakh começou em 27 de setembro de 2020 com bombardeamentos do Azerbaijão ao longo de toda a frente de Stepanakert (Jankendi, segundo o Azerbaijão), a capital do enclave.

As forças do Azerbaijão conseguiram recuperar centenas de cidades nas regiões controladas pela Arménia e tomaram a cidade de Shusha, perto de Stepanakert.

A guerra, na qual morreram mais de 2.800 soldados azeris e 2.900 soldados arménios, durou até 10 de novembro, quando os esforços de mediação da Rússia conseguiram reunir o Presidente do Azerbaijão, Ilham Aliev, e o primeiro-ministro arménio, Nikol Pashinián.

Como parte do acordo, a Rússia estabeleceu um contingente de paz que deveria garantir o cumprimento dos acordos pelas duas partes.

Três anos de tensões

Embora o acordo tripartido tenha posto fim às hostilidades, as tensões entre as partes permaneceram e as negociações para chegar a um acordo de paz continuaram sem sucesso.

O contingente de manutenção da paz russo denunciou repetidas violações do cessar-fogo na área sob o seu controlo.

Somaram-se a isso vários ataques fronteiriços dos quais ambos os lados se acusaram e que provocaram a morte de mais de 200 soldados.

Mas o maior fator de tensão foi o bloqueio imposto em dezembro de 2022 pelo Azerbaijão no corredor de Lachin, que liga o enclave de Nagorno-Karabakh à Arménia, alegando que Erevan o estava a utilizar para extrair ilegalmente recursos naturais do Azerbaijão e fornecer armas à autoproclamada república.

A Arménia acusou o Azerbaijão de genocídio, afirmando que o país estava a tentar matar de fome a população de Karabakh ou forçá-la a abandonar as suas casas.

Leia Também: Conflito adensa-se em Nagorno-Karabakh. O que se passa na região?

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