Rudy Giuliani, o ex-autarca de Nova Iorque que caiu em desgraça após a sua relação com Donald Trump, foi processado pelo seu antigo advogado, que alega que Giuliani deve cerca de 1,3 milhões de dólares (cerca de 1,2 milhões de euros) em custas legais, uma dívida que se junta aos problemas crescentes que já obrigaram o republicano a criar angariações de fundos.

Segundo o processo citado pela Associated Press, Robert Costello e a sua firma, a Davidoff Hutcher & Citron LLP, alegam que o antigo autarca e uma das vozes mais importantes da campanha de reeleição de Trump em 2020, pagou apenas 200 mil euros da conta de quase 1,5 milhões.

O último pagamento data de 14 de setembro, quando Giuliani pagou apenas cerca de 9.300 euros, uma semana depois de Donald Trump organizar um evento no seu resort de luxo para recolher donativos, com o objetivo de ajudar Giuliani com o amontoar de dívidas.

A firma argumenta ainda que Giuliani violou os termos do contrato, pedindo que o também advogado pague a dívida em falta e os custos que a empresa teve para forçá-lo a pagar.

O visado já respondeu, através de um porta-voz, que disse que Giuliani estava "pessoalmente magoado pelo que Bob Costello fez". "É uma pena quando os advogados fazem coisas como estas, e tudo o que posso dizer é que a conta deles é um excesso muito grande em relação às custas legais legítimas", reiterou.

No início do século, Rudy Giuliani era de uma das figuras mais respeitadas da sociedade norte-americana, com o seu papel como autarca de Nova Iorque durante o 11 de Setembro a lançá-lo para a ribalta e para a capa da revista TIME como a 'Pessoa do Ano'. No entanto, nos últimos anos, a sua reputação caiu a pique, à medida que se tornou num lacaio de Donald Trump, defendendo o antigo presidente mesmo quando todo o partido se afastou dele após a recusa em aceitar o resultado das eleições de 2020 e após o ataque ao Capitólio, em janeiro de 2021.

Com a eleição presidencial de 2020 vieram também os problemas legais e financeiros para Rudy Giuliani, que se viu envolto em polémicas e vários processos. Além dos escândalos em torno do filme 'Borat, O Filme Seguinte' (que expôs uma tentativa de assédio por parte de Giuliani) e do esquema de videochamadas para ganhar dinheiro desejando os parabéns a 'fãs', Giuliani  foi indiciado por tentativa de interferir com os resultados eleitorais no estado da Georgia, juntamente com Trump e 17 outros suspeitos (Giuliani declarou-se inocente).

Mas os problemas em pagar as contas podem não parar por aqui. Em julho, um juiz declarou que terá de pagar uma indemnização de 120 mil euros, concluindo-se que que o antigo advogado de Trump foi responsável num processo de difamação por duas trabalhadoras eleitoras na Georgia, a quem Giuliani acusou injustamente de fraude, colocando-as em risco e deixando-as numa posição em que foram alvos de várias ameaças.

Há ainda uma possível pena de prisão pendurada por cima da cabeça de Giuliani, com uma dívida pendente de 243 mil euros à sua terceira ex-mulher a obrigar um juiz a ameaçá-lo com prisão efetiva.

Finalmente, em maio, uma mulher processou o ex-'mayor' por salários em atraso e alegada coerção sexual, pedindo quase 2 milhões de euros de indemnização.

Na semana passada, a família de Giuliani organizou uma nova campanha de angariação de fundos, em Bedminster, na qual esperava que o ex-autarca recolhesse cerca de um milhão de euros por apoiantes de Donald Trump e militantes conservadores que ainda se lembrassem do 'mayor da América'. O próprio Trump já prometeu que irá organizar um novo evento no seu resort de Mar-a-Lago entre o final do outono e o inverno.

Entretanto, a Associated Press explicou que Rudy Giuliani está a tentar juntar o máximo de dinheiro possível, colocando o seu luxuoso apartamento em Manhattan à venda por 6 milhões de euros. E, aproveitando o seu currículo como advogado, tem optado por se defender a si próprio em alguns dos processos em que está envolvido.

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