Líderes mundiais aumentarão financiamento para países em desenvolvimento
Os líderes mundiais concordaram hoje em tomar medidas imediatas para desbloquear "mais e melhor financiamento" para os países em desenvolvimento, anunciou hoje a Organização das Nações Unidas (ONU) após a Cimeira dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
© REUTERS/Carlo Allegri
Mundo ONU
De acordo com a ONU, os líderes adotaram hoje uma Declaração política "decisiva e orientada para a ação", destacando o seu compromisso coletivo de construir um mundo sustentável, inclusivo e próspero até 2030, data limite para se alcançar os ODS.
"Com um forte foco nos meios de implementação e, em particular, no financiamento do desenvolvimento, a Declaração reconhece que, sem um salto quântico nos investimentos para permitir energia, alimentação, transições digitais justas e equitativas e uma transformação na educação e na proteção social robusta nos países em desenvolvimento, os objetivos simplesmente não serão alcançados", disse a ONU em comunicado.
A Declaração apela ainda à ação imediata para concretizar um estímulo proposto pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, ao nível do aumento maciço do financiamento para a consecução dos ODS: 500 mil milhões de dólares por ano (468,8 mil milhões de euros anuais).
De acordo com Guterres, este financiamento pode ser "um divisor de águas" no progresso dos ODS.
A Declaração hoje alcançada transmite ainda um forte apoio de todos os países a uma reforma da arquitetura financeira internacional para melhor refletir a economia global atual.
Em 2015, os líderes mundiais haviam feito uma promessa global histórica de garantir os direitos e o bem-estar de todos os cidadãos quando concordaram com a Agenda 2030 e os 17 ODS.
No entanto, num momento em que faltam sete anos para essa data limite, apenas 15% dos ODS estão no bom caminho para serem alcançados.
Face a esse cenário "preocupante", a ONU convocou a Cimeira dos ODS, onde mais de 100 países apresentarão compromissos nacionais para acelerar essas metas e que incluem transições prioritárias e áreas de investimento.
Além destes compromissos nacionais, espera-se que os países desenvolvidos e outros países que tenham capacidade assumam compromissos globais individuais.
A embaixadora norte-americana junto à ONU, Linda Thomas-Greenfield, anunciou hoje que os Estados Unidos adotaram esta "declaração política histórica" sobre os ODS, considerando tratar-se de um "passo importante", mas que "deve ser seguido por uma ação acelerada".
"Todos os Estados-Membros devem continuar a impulsionar o progresso. Os mais vulneráveis do mundo contam connosco e não devemos deixar ninguém para trás", disse a diplomata.
"Embora haja grandes desafios pela frente, não podemos permitir que o realismo seja uma desculpa para o cinismo. Está ao nosso alcance acabar com a fome e enfrentar a crise climática, quebrar o ciclo da pobreza e fortalecer os sistemas de saúde pública, erradicar a desigualdade de género e defender os direitos humanos, e fazer avançar em todos os 17 ODS", sublinhou.
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