Meloni adverte Irmãos de Itália para 2.º ano de governação muito duro

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, advertiu que o próximo ano será extremamente desafiante para o seu Governo, do qual fez um balanço muito positivo durante a assembleia do partido que lidera, os Irmãos de Itália («Fratelli d'Italia») .

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© Antonio Masiello/Getty Images

Lusa
12/09/2023 13:18 ‧ 12/09/2023 por Lusa

Mundo

Itália

"Temos meses incríveis atrás de nós. Pessoalmente, são meses de que me orgulho muito. Mas agora, preciso de toda a vossa concentração, lucidez, responsabilidade e ambição, porque se alguém pensa que o último ano foi difícil, meus senhores, receio que não tenham visto nada", declarou Meloni aos membros do partido, em Roma, na primeira assembleia nacional dos Irmãos de Itália desde que este partido de extrema-direita venceu, em 26 de setembro do ano passado, as eleições em Itália e lidera a coligação governamental com a Liga e a Força Itália.

De acordo com várias fontes do partido citadas pela imprensa italiana -- a assembleia nacional do partido decorre à «porta fechada» - Meloni admitiu que a situação económica "é difícil" e assumiu como o maior desafio que o seu governo enfrenta nos próximos meses a preparação da proposta de Orçamento do Estado para 2024 "com recursos limitados".

Apontando que a proposta de orçamento focar-se-á na ajuda às famílias e aos trabalhadores com baixos rendimentos e no reforço dos cuidados de saúde, Meloni garantiu, ainda assim, que 2024 será um ano de "grandes reformas" e de implementação do "plano Mattei" do governo, centrado na cooperação energética com os países africanos e na redução da migração irregular.

Na sua intervenção, Giorgia Meloni desferiu vários ataques à oposição, acusando-a de ter "celebrado" a queda de 0,4% do PIB registada no segundo trimestre deste ano em relação ao primeiro.

"Fico muito zangada ao vê-los celebrar todas as dificuldades que a Itália tem. No último trimestre, o nosso PIB contraiu ligeiramente e eles aplaudiram como se fosse um golo na final do Campeonato do Mundo. As pessoas estavam a torcer contra a Itália, a abrir garrafas e a aplaudir das suas varandas a queda do PIB", disse.

Segundo a presidente do Conselho de ministros e líder dos Irmãs de Itália, o debate político também será "ainda mais aceso", isto depois de, ao longo do primeiro ano desde a sua eleição, a esquerda já ter "tentado tudo" para denegrir a sua credibilidade, defendeu.

"Nestes meses, vimos de tudo. As constantes campanhas de falsos escândalos, os dossiers, os constantes pedidos de demissão desta ou daquela pessoa. Todos os dirigentes foram objeto de escrutínio, muitas vezes até simples simpatizantes, em busca de nada", deplorou Meloni, segundo a qual foi lançada "lama, de forma gratuita", até sobre a sua família, "com investigações de meses sobre amigos e parentes".

"A minha história pessoal foi remexida praticamente desde o dia em que nasci. No fim, foi um «boomerang», porque só conseguiram provar que eu era exatamente a pessoa que dizia ser", argumentou.

"Os ataques multiplicar-se-ão, as armadilhas e as tentativas de nos destituir também", disse, apontando que uma das razões para o previsível endurecimento das críticas dos partidos de esquerda é a realização de eleições europeias, em junho de 2024, naquele que será o primeiro teste eleitoral dos Irmãos de Itália desde que o partido tem funções governativas.

Meloni disse que, "em todo o caso", continuará a "não responder a estas provocações" da oposição.

"Não temos tempo para brincar à 'luta na lama' com eles, porque estamos empenhados em voar alto e olhar para o futuro, em projetos a longo prazo, a construir tijolo a tijolo. E para dar à Itália uma estratégia que não tinha há anos", declarou.

A 'cúpula' dos Irmãos de Itália está reunida desde hoje no centro de convenções da Via Alibert, no centro de Roma, dando início a uma série de congressos provinciais que antecedem as eleições europeias.

Na assembleia estão presentes os ministros e subsecretários do partido, bem como o presidente do Senado, Ignazio La Russa, e cerca de 400 delegados.

Leia Também: G20. Primeira-ministra italiana destaca "menção à Ucrânia"

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