"Dez combatentes locais e três membros das Forças Democráticas Sírias (SDF, na sigla em inglês) foram mortos nos confrontos que começaram na segunda-feira em várias aldeias na província oriental de Deir Ezzor", sublinhou o OSDH, em comunicado.
As SDF, uma coligação de combatentes apoiada por Washington e dominada pelos curdos, lideraram a ofensiva que derrotou o grupo Estado Islâmico (EI) na Síria, em 2019.
Esta força controla uma área curda semiautónoma no nordeste do país, incluindo áreas inteiras da província de Deir Ezzor.
O conselho militar de Deir Ezzor é um grupo armado árabe local, afiliado às SDF e liderado por Ahmad al-Khabil, conhecido como Abu Khawla, que foi preso na cidade de Hasakeh no domingo, segundo o OSDH.
A detenção provocou tensões que se transformaram em confrontos depois de posições das SDF terem sido alvo de ataques, realçou a ONG, com sede no Reino Unido mas que tem uma vasta rede de fontes dentro da Síria.
As razões da detenção de Ahmad al-Khabil não foram especificadas, mas o OSDH e um ativista local adiantaram à agência France-Presse (AFP) que este líder era conhecido pelas suas atividades de contrabando, que permitiram arrecadar uma fortuna considerável ao longo dos anos.
O conselho militar de Deir Ezzor é responsável pela segurança em partes da província de Deir Ezzor, de maioria árabe.
A zona curda semiautónoma gere a região através de conselhos civis e militares locais, para evitar o descontentamento das tribos locais, que são quase todas árabes.
"Na verdade, é um acerto de contas", frisou Omar Abu Layla, jornalista local que dirige o 'site' de notícias DeirEzzor24.
"Comandantes corruptos sentiram-se ameaçados após a detenção de Abu Khawla e tentaram transformar a situação numa questão tribal e árabe para se protegerem", acrescentou.
As SDF referiram, em comunicado, que lançaram na segunda-feira "uma operação para reforçar a segurança" na província de Deir Ezzor contra o ISIS e "criminosos (...) envolvidos no tráfico de drogas e contrabando de armas".
Fonte das SDF, que falou sob a condição de anonimato, revelou que a zona onde ocorreram os confrontos é junto a "uma conhecida rota de contrabando".
A guerra na Síria, desencadeada em março de 2011 pela violenta repressão do regime do Presidente sírio, Bashar al-Assad, de manifestações pacíficas, já provocou mais de meio milhão de mortos e obrigou à deslocação de vários milhões de pessoas.
O conflito ganhou ao longo dos anos uma enorme complexidade, com o envolvimento de países estrangeiros e de grupos 'jihadistas', e várias frentes de combate.
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