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Etiópia. ONU alerta para "agramento considerável" em Amhara

O Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos alertou hoje para um "agravamento considerável" da situação na região de Amhara, no norte da Etiópia, estimando em 180 o número de mortos desde julho.

Etiópia. ONU alerta para "agramento considerável" em Amhara
Notícias ao Minuto

13:31 - 29/08/23 por Lusa

Mundo Etiópia

"Estamos muito preocupados com a deterioração da situação dos direitos humanos em algumas regiões da Etiópia", afirmou a porta-voz do gabinete, Marta Hurtado, que sublinhou a gravidade da situação em Amhara, onde mais de 180 pessoas foram mortas nos combates desde julho.

O estado de emergência "confere às autoridades amplos poderes a nível nacional para prender suspeitos sem mandados, impor o recolher obrigatório e proibir reuniões públicas", sublinhou a responsável, acrescentando, citada pela agência de notícias Europa Press, que o Alto-Comissariado "recebeu informações sobre a detenção de mais de mil pessoas na Etiópia ao abrigo desta lei".

Em causa está o agravamento dos combates entre o exército etíope e a milícia Fano, que levou o Governo a declarar o estado de emergência em 4 de agosto devido ao aumento da insegurança.

"Muitos dos detidos são jovens de etnia Amhara, suspeitos de apoiarem as milícias Fano", disse Hurtado, que detalhou que "desde o início de agosto tem havido relatos de buscas massivas de porta em porta, enquanto pelo menos três jornalistas etíopes que cobriam a situação na região de Amhara foram detidos".

Os detidos, acrescentou, "foram alegadamente transferidos para centros de detenção improvisados que não dispõem de serviços básicos". "Apelamos às autoridades para que ponham termo às detenções em massa, para que assegurem que qualquer privação de liberdade seja revista judicialmente e para que libertem todas as pessoas detidas arbitrariamente", afirmou, argumentando que "as autoridades devem assegurar que as condições de detenção estão em conformidade com as normas e padrões internacionais".

O Governo etíope declarou o estado de emergência em Amhara no início de agosto, em resposta a meses de confrontos entre as forças de segurança e a milícia Fano, que colaborou com as tropas de Amhara durante a guerra de 2020-2022 contra a Frente Popular de Libertação de Tigray (TPLF).

A decisão de dissolver as forças especiais regionais - incluindo a particularmente poderosa Amhara - como parte do processo de paz com a TPLF levou a grandes tensões, incluindo o assassínio de vários políticos, incluindo o líder do Partido da Prosperidade, no poder na região, Girma Yeshitila.

As milícias Fano estiveram ao lado das forças especiais de Amhara na guerra contra a TPLF e também participaram em operações contra o rebelde Exército de Libertação de Oromia (OLA). A decisão do Governo de desmantelar estas forças especiais levou muitos dos seus membros a juntarem-se a estas milícias e a organizarem ataques contra o exército.

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