Membro da oposição do Zimbabué morto quando pretendia assistir a comício

Um membro do partido da oposição zimbabueana Coligação de Cidadãos para a Mudança (CCC, na sigla em inglês) foi morto hoje quando participava num comício em Harare, confirmaram a porta-voz daquela formação, Fadzayi Mahere, e a polícia.

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Lusa
03/08/2023 21:25 ‧ 03/08/2023 por Lusa

Mundo

Zimbabué

Mahere afirmou na rede social X (antiga Twitter) que o ataque foi perpetrado por "alegados bandidos" do partido no poder, a União Nacional Africana do Zimbabué-Frente Patriótica (ZANU-PF, na sigla em inglês), que "agrediram e apedrejaram" quem pretendia assistir a um comício eleitoral.

Uma das pessoas, identificada como Tinashe Chitsunge, "foi apedrejada até à morte", acrescentou a porta-voz.

Em comunicado, a polícia confirmou a ocorrência de um "incidente de violência pública" em Harare, por volta das 13:00 locais (12:00 em Lisboa), e confirmou a morte de uma pessoa "em consequência dos confrontos".

O Zimbabué tem agendadas eleições para o próximo dia 23 de agosto.

O Presidente do Zimbabué, Emmerson Mnangagwa, no poder desde o golpe militar de 2017 que depôs o falecido chefe de Estado Robert Mugabe, vai tentar a reeleição.

O anúncio das eleições surgiu no meio de alegações de repressão por parte de organizações de direitos humanos como a Amnistia Internacional (AI), que denunciaram a recente condenação judicial de vários membros da oposição e que as eleições serão realizadas num "contexto de repressão sistemática e brutal dos direitos humanos".

O Zimbabué tem um historial de eleições violentas e disputadas desde que se tornou independente do domínio da minoria branca em 1980, na sequência de uma sangrenta guerra de guerrilha.

Em 23 de agosto realizar-se-ão eleições gerais para escolher um Presidente, o parlamento e os conselheiros do governo local.

Antes da votação, houve acusações de que o regime do Presidente Emmerson Mnangagwa está a usar a violência e a intimidação para reprimir os seus rivais políticos.

Num relatório divulgado hoje de manhã, a organização não-governamental Human Rights Watch acusou as autoridades do Zimbabué de não terem adotado "as medidas necessárias" para garantir que as eleições de 23 de agosto "respeitem as normas internacionais" em termos de liberdade e justiça.

Num relatório intitulado "'Esmaguem-nos como piolhos': Repressão dos direitos civis e políticos antes das eleições de agosto de 2023 no Zimbabué", a HRW considera que "o recurso a leis repressivas, a conduta partidária das agências governamentais e dos funcionários eleitorais e a falta de acesso da oposição a muitas zonas e aos cadernos eleitorais criam um processo eleitoral imperfeito".

Leia Também: Validada candidatura de 15 representantes da oposição no Zimbabué

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