A exigência da organização de defesa dos direitos humanos foi reiterada depois de o Ministério da Justiça brasileiro anunciar que um dos autores do crime confessou o seu envolvimento e apontou outros envolvidos, um dos quais foi hoje detido.
Segundo a AI, embora a notícia da confissão de um dos autores do crime tenha "quebrado" o silêncio das autoridades nos últimos anos e represente um "primeiro passo" para o esclarecimento do crime, há ainda muitas questões por resolver.
"É inaceitável que as autoridades responsáveis pelas investigações, depois de tantos recursos investidos nesse processo, não tenham chegado a uma conclusão sobre os autores e nem mesmo tenham levado os acusados de cometer o crime a julgamento perante um júri", lê-se no comunicado divulgado pela organização.
Negra, favelada, lésbica, defensora dos direitos humanos e, na época, vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco foi morta a tiro junto com o seu motorista, Anderson Torres, na noite de 14 de março de 2018, quando saíam de um comício político no centro do Rio de Janeiro.
Desde então, as investigações avançaram a passos lentos e, passados mais de cinco anos sobre a sua morte, ainda não se sabe quem ordenou o homicídio.
"Perante este longo período de inconsistências, interrupções processuais e atrasos, a Amnistia Internacional continua a exigir que o Governo de Luís Inácio Lula da Silva implemente, através da cooperação técnica internacional, um mecanismo internacional, independente de especialistas, para apoiar o esclarecimento deste caso", refere o comunicado.
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