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TPI recusa pedido para suspender investigador na Venezuela

O Tribunal Penal Internacional (TPI) recusou um pedido da Venezuela para suspender a capacidade do procurador Karim Kham para investigar alegados crimes contra a humanidade até haver um pronunciamento sobre um recurso que apresentou contra a retoma das investigações.

TPI recusa pedido para suspender investigador na Venezuela
Notícias ao Minuto

23:29 - 21/07/23 por Lusa

Mundo Direitos Humanos

"Em ausência de razões persuasivas em apoio a ordenar o efeito suspensivo, a Câmara de Recurso recusa o pedido. Isto sem prejuízo da sua eventual decisão sobre o fundo o recurso da Venezuela", explica o TPI num documento divulgado pela imprensa venezuelana.

No documento, o TPI sublinha que "a Venezuela não explica como a retoma das investigações frustraria o propósito do recurso, em caso de que a Câmara de Recursos decida que o Tribunal carece de jurisdição".

"Em particular, a Venezuela não especifica que atividades de investigação levaria a consequências irreversíveis, caso a investigação fosse anulada", explica.

O TPI esclarece ainda que sobre "o argumento da Venezuela sobre uma possível re-traumatização das vítimas" observa que "além de especular sobre as consequências das atividades do Ministério Público (do TPI)" a "Venezuela não demonstra que a retoma da investigação daria lugar a consequências que seriam muito difíceis de corrigir e poderiam ser irreversíveis".

Em 5 de julho, o Governo da Venezuela anunciou que avançaria com um recurso contra a decisão do TPI de autorizar o reinício de investigações sobre alegados crimes de violação dos direitos humanos no país, "no assunto denominado Venezuela I".

Nas próximas semanas, a Venezuela vai apresentar "os elementos que sustentam o seu recurso, denunciando cada uma das deficiências da referida decisão (...) claramente contrária à verdade e à justiça", acrescentou.

O Governo venezuelano vai continuar "a fazer uso de todas as ações disponíveis no âmbito do Direito Internacional para defender a verdade e assegurar os seus direitos como nação, contra esta ofensiva que utiliza abertamente a institucionalidade do TPI com fins políticos", explicou na altura o Ministério de Relações Exteriores da Venezuela.

Em 27 de junho, o TPI autorizou o procurador Karim Kham a retomar as investigações sobre alegados crimes de violação dos direitos humanos na Venezuela, iniciadas pela instância internacional.

O TPI considerou que os processos penais na Venezuela não refletem suficientemente o alcance das investigações previstas pelo órgão, existindo "períodos de inatividade inexplicáveis", de acordo com um comunicado divulgado no portal do tribunal.

Esta conclusão é fundamentada por "a Venezuela não estar a investigar (e não manifestar qualquer intenção de investigar)" as alegações de crimes contra a Humanidade, e "as investigações internas parecerem centrar-se geralmente nos perpetradores diretos, de baixo nível", indicou.

Em resposta, o Governo da Venezuela rejeitou a decisão e salientou que, desde o início do exame preliminar, em fevereiro de 2018, "tem denunciado a intenção de instrumentalizar os mecanismos da justiça penal internacional para fins políticos, vinculados à estratégia de 'mudança de regime' promovida pelas autoridades dos EUA", referiu num comunicado.

A Venezuela lamentou que a decisão do TPI "encoraje e contribua" para esta manobra, que "mina a credibilidade da organização de justiça internacional".

Em dezembro de 2021, o TPI decidiu investigar o Governo venezuelano por alegadas violações dos direitos humanos, tendo rejeitado, em abril de 2022, um pedido de Caracas para adiar as investigações.

Sete meses depois, Karim Khan pediu ao TPI para retomar as investigações.

Em 09 de junho, Khan e o Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, assinaram um acordo para abrir, em Caracas, um escritório de cooperação técnica do tribunal para investigar as denúncias.

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