Segundo o documento, divulgado pelo Canal 12 da televisão israelita, a decisão na Unidade de Reconhecimento do Estado-Maior (Sayeret Matkal) constitui mais um boicote e junta-se aos protestos pela mesma razão de outros reservistas.
"Estamos conscientes dos danos potenciais que o fim do nosso voluntariado pode causar [ao exército] mas, na situação atual, não temos outra solução para travar a destruição que este projeto de lei irá desencadear sobre todos nós", lê-se na carta.
A reforma judicial que está a ser preparada pelo primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, com o apoio dos parceiros governamentais ultranacionalistas, alarga de tal forma os poderes do executivo sobre as decisões dos tribunais israelitas que os críticos a consideram um ataque direto à separação de poderes.
O projeto de lei tem sido objeto de protestos semanais constantes há meses e, atualmente, verifica-se uma rejeição crescente à reforma nas fileiras do exército.
Na sexta-feira, vários pilotos da reserva das Forças Armadas informaram o comandante da força aérea israelita, general Tomer Bar, de que não participariam nos exercícios de treino da próxima semana, em protesto contra a iniciativa.
Segundo o jornal Times of Israel, embora Netanyahu entenda, em privado, que o boicote ainda não está a causar demasiados danos à capacidade operacional do exército, o primeiro-ministro criticou publicamente, na semana passada, o Procurador-Geral, Gali Baharav-Miara, a quem acusou de ficar "impávido" perante os protestos públicos, em particular dos reservistas.
Netanyahu condenou a "completa inação" de Baharav-Miara na resposta aos protestos.
"Não fez absolutamente nada para deter aqueles que incitam à desobediência e aqueles que promovem a sedição entre as Forças de Defesa de Israel. Estamos a enfrentar uma ameaça à segurança nacional", afirmou.
Leia Também: Polícia cipriota investiga alegações de conspiração para matar judeus