ONU pede contenção e confirma ataque de artilharia israelita contra o Líbano

A ONU pediu hoje contenção às partes libanesa e israelita na escalada de violência na zona fronteiriça entre os dois países, que Telavive atacou com artilharia em resposta a um aparente lançamento de foguetes do outro lado da fronteira.

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Lusa
06/07/2023 13:32 ‧ 06/07/2023 por Lusa

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"Este incidente ocorre num momento delicado e numa zona que já foi palco de tensões no início desta semana. Apelamos a todos para que usem de contenção e evitem qualquer ação que possa causar uma nova escalada", apelou, num comunicado, a missão de Paz da ONU no Líbano (FINUL).

Ao princípio da tarde, a missão de paz da ONU detetou um ataque de artilharia israelita na zona de Kafr Shuba, no sul do Líbano, e confirmou que ocorreram explosões de manhã perto da cidade de al-Majidiya, também no sul do Líbano.

"[A FINUL] não conseguiu confirmar na altura a origem ou a causa das detonações, mas enviou 'capacetes azuis' para investigar, uma vez que os sons poderiam corresponder a um possível lançamento de um foguete", lê-se no comunicado.

Um porta-voz militar israelita afirmou que se tratou de "um lançamento [de um foguete] a partir do território libanês que explodiu", tal como as forças israelitas puderam confirmar quando se deslocaram à aldeia fronteiriça de Ghajar após terem recebido um relatório da explosão.

"Em resposta, as forças israelitas estão atualmente a visar a zona a partir da qual o lançamento foi efetuado em território libanês", acrescentou a fonte militar.

Este novo incidente fronteiriço entre o Líbano e Israel, dois países tecnicamente em estado de guerra, ocorreu na zona da fronteira libanesa com os Montes Golã sírios ocupados e anexados por Israel.

No Líbano, a agência noticiosa oficial Ani informou que "está a decorrer um bombardeamento de artilharia israelita nas imediações da cidade de Kfarchouba", na mesma região, tendo sido disparados mais de 15 tiros de artilharia de 155 milímetros.

No entanto, as autoridades libanesas não confirmaram nem desmentiram o alegado lançamento, que teve origem no sul do país mediterrânico, uma região controlada pelo grupo xiita Hezbollah e onde também estão presentes fações palestinianas.

Não foram reportadas baixas civis nem militares.

Hoje, o Hezbollah apelou à intervenção do Estado libanês depois de Israel ter construído nos últimos dias um muro na parte libanesa de Ghajar, dividida em duas pela fronteira de facto entre os dois países, numa tentativa israelita de estabelecer "autoridade total" sobre a cidade.

A medida poderá ser uma forma de pressão contra a formação xiita pela recente colocação de tendas no território que Israel reivindica como seu e que o Hezbollah se recusou a retirar nas últimas semanas, num clima de tensão na zona.

A missão da ONU explicou que o seu comandante, o major-general espanhol Aroldo Lazaro, está em contacto com ambas as partes e que ativaram todos os mecanismos de ligação "para evitar uma nova escalada".

Depois de Israel se ter retirado do sul do Líbano em 2000, pondo fim a uma ocupação de 22 anos, a ONU traçou uma linha azul que marca a fronteira entre os dois países. A linha coloca a parte norte de Ghajar no Líbano e a parte sul na secção dos Montes Golã ocupada e anexada por Israel.

Num comunicado de imprensa, o poderoso partido xiita libanês denunciou a instalação pelas forças israelitas de "uma vedação de arame farpado e a construção de um muro de betão à volta de toda a localidade", que "separa esta aldeia do seu ambiente natural e histórico no território libanês".

Segundo um comunicado da Presidência do Conselho de Ministros libanês, citado pela agência noticiosa espanhola EFE, o primeiro-ministro do Líbano do Líbano, Najib Mikati, deverá reunir-se hoje à tarde com uma delegação da FINUL, chefiada por Lazaro, para discutir a situação.

Leia Também: Ataque israelita no sul do Líbano após lançamento de morteiro contra Israel

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