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ROV encontrou destroços do Titan "pouco depois de chegar ao fundo do mar"

De acordo com diretor executivo da empresa responsável pelas buscas, o submarino perdeu comunicações pelas 17h45 daquele dia, o que levou a OceanGate a solicitar a ação do ROV Odysseus 6K.

ROV encontrou destroços do Titan "pouco depois de chegar ao fundo do mar"

O veículo de operação remota (ROV) da Pelagic Research Services (PRS), Odysseus 6K, localizou os destroços do submarino Titan "pouco depois de chegar ao fundo do mar", na passada quinta-feira. O diretor executivo da empresa, Edward Cassano, lamentou, esta sexta-feira, que a entidade não tenha conseguido recuperar "um submarino viável", ainda que se tenha mostrado "orgulhoso" com a atuação do seu sistema.

Em conferência de imprensa levada a cabo esta tarde, dois dias depois de os destroços do submersível da OceanGate terem sido recolhidos para o porto de St. John’s, no Canadá, o responsável assinalou que a sua equipa estava "preparada para resgatar o Titan" desde o primeiro momento em que foi contactada, pelas 18h00 (hora local) do dia 18 de junho.

De acordo com Cassano, o submarino perdeu comunicações pelas 17h45 daquele dia, o que levou a empresa de Stockton Rush, CEO da OceanGate e uma das cinco vítimas da "implosão catastrófica", a solicitar a ação do ROV Odysseus 6K.

O diretor executivo da PRS revelou ainda que dois outros ROV chegaram ao local primeiro do que o sistema da sua empresa, mas um deles "não conseguia ir mais fundo" do que 2.700 metros, pelo que sofreu problemas técnicos.

Por seu turno, o Odysseus 6K demorou cerca de 90 minutos a atingir a profundidade pretendida, tendo localizado os escombros do Titan "pouco depois". Pelas 12h00 de quinta-feira, a operação de resgate tomou outros contornos com a descoberta dos destroços do submersível, levando a Guarda Costeira dos Estados Unidos a contactar os familiares das vítimas.

Lacrimejante, Cassano admitiu que "há muitas emoções e as pessoas estão cansadas", apelando para que os jornalistas presentes respeitassem e reconhecessem "a seriedade do evento".

Na verdade, o cenário que a sua equipa esperava encontrar era outro: a esperança era que o submarino estivesse no fundo do oceano, com os passageiros no interior, seguros. Nesse caso, o plano seria "agarrar o Titan" e rumar até à superfície, detalhou.

O diretor executivo da PRS adiantou também que tinha conhecimento das operações da OceanGate, já que se trata de "uma comunidade muito pequena". No entanto, ressalvou não ter uma opinião sobre as críticas tecidas contra os métodos do CEO da empresa, mas indicou que a PRS partilha os mesmos desejos de inovação.

"Tinham uma paixão e sentiam felicidade por explorar", disse, referindo-se às vítimas mortais do desastre.

De notar que, na quarta-feira, a Guarda Costeira dos Estados Unidos revelou que foram encontrados possíveis "restos mortais" nos componentes do Titan recolhidos, que serão analisados por uma equipa médica.

Recorde-se que o submarino transportava o empresário e explorador Hamish Harding, o empresário paquistanês Shahzada Dawood e o filho, Suleman Dawood, além do CEO da OceanGate, Stockton Rush, bem como o especialista no Titanic Paul-Henri Nargeolet.

Apesar da esperança de que os tripulantes pudessem estar vivos, depois de sons subaquáticos terem sido detetados na passada quarta-feira, a operação contrarrelógio teve um fim trágico com a localização de escombros na área dos destroços do Titanic, que correspondiam à parte exterior do submersível.

James Cameron, o diretor do filme 'Titanic' que desenhou submarinos capazes de atingir uma profundidade três vezes superior à do Titan, equacionou que os críticos de Stockton Rush estavam corretos ao denunciar que um casco de fibra de carbono e titânio permitiria a entrada microscópica de água, levando a uma falha progressiva do veículo ao longo do tempo. Contudo, o CEO da OceanGate acreditava que a fibra de carbono teria uma relação força-flutuabilidade melhor do que o titânio.

Sublinhe-se ainda que, em 2018, um funcionário da OceanGate foi demitido por ter alertado para preocupações com o controlo de qualidade do Titan, tendo sido acusado pela empresa de quebra de contrato, fraude e apropriação indevida de segredos comerciais. O homem recusou as acusações e processou a entidade, num processo que foi resolvido fora do tribunal.

Já em 2021, a OceanGate assegurou que o submersível "foi construído e projetado em consulta com engenheiros e fabricantes especializados", além de incluir "vários sistemas de segurança".

A Guarda Costeira dos Estados Unidos continua a investigar o caso, de forma a apurar o que é que correu mal nesta expedição.

Leia Também: Onze dias após desastre com Titan, OceanGate continua a anunciar missões

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