As detenções ocorreram em duas cidades, Havana e Matanzas (oeste), revelaram ONG como a Amnistia Internacional (AI), Cubalex e o Instituto Artivista Hannah Arendt (Instar).
"Recebemos informações sobre as detenções arbitrárias de Alina Bárbara Hernández, Fernando Vázquez, Diasniurka Salcedo, Ana Mary García e Nubia Gavilán. O governo cubano deve libertá-los imediatamente, ninguém deve ser detido por exercer a sua liberdade de expressão e de reunião pacífica", sublinhou a AI.
No caso de Hernández, a detenção ocorreu "em frente ao estádio Matanzas, quando esta se dirigia para (...) o seu trabalho", alertou a Cubalex, com sede em Miami.
Até o momento, esta ONG não sabe se a académica foi libertada.
Hernández, membro da Academia Cubana de História, tinha avisado na terça-feira à noite, nas suas redes sociais, que marcharia esta quarta-feira em Matanzas, como tem feito há várias semanas.
"Que dia melhor para uma manifestação do que o aniversário do nascimento de Antonio Maceo? [herói nacional cubano]. Outros compatriotas também o farão em Havana para exigir a libertação dos presos políticos, exigência à qual também me junto", tinha referido.
Hernández tem saído constantemente para as ruas em protesto contra a detenção do jornalista e escritor Jorge Fernández Era em abril.
A historiadora também tinha denunciado que as autoridades da ilha não permitiram que esta renovasse o seu passaporte.
Enquanto isso, os ativistas Fernándo Vázquez, Diasniurka Salcedo, Nubia Gavilán e Ana María García, mãe da manifestante transexual dos protestos antigovernamentais de julho de 2021, Brenda Díaz, detida na ala masculina de uma prisão especializada para pessoas com HIV, também foram detidos em Havana.
"Denunciamos o assédio político exercido sobre o comediante Jorge Fernández Era e o jurista René Fidel González García", denunciou o Instar.
Ana María García confirmou à agência Efe que a própria e Gavilán foram detidas esta quarta-feira de manhã, quando estavam no Parque John Lennon, no bairro central de Vedado.
Depois de ter sido encaminhada para uma esquadra da polícia no município de La Lisa, em Havana, foi libertada quase cinco horas depois já no seu município, acrescentou.
"Pediram-me o meu número de telefone, o meu bilhete de identidade, colocaram-me na viatura e quando cheguei ao município trancaram-me num gabinete da Segurança do Estado da província, para que explicasse o motivo da minha saída, o por que de estar em Havana...", relatou à EFE.
A ilha vive num ambiente de profunda crise económica, de escassez de produtos básicos como alimentos, combustíveis ou medicamentos, e uma elevada inflação.
Os protestos antigovernamentais de 11 de julho de 202, os maiores das últimas décadas em Cuba, resultaram em milhares de pessoas presas e cerca de 700 condenadas, até agora, em alguns casos até 30 anos de prisão.
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