Uma biblioteca no Condado de Multnomah, no estado norte-americano de Oregon, anunciou, na terça-feira, que a primeira edição de um dos livros mais marcantes de George Orwell foi devolvido passados... 65 anos.
A pessoa que tinha o livro deixou, no entanto, uma nota com uma explicação. O homem, com agora 86 anos, referia que tinha levado o livro enquanto era estudante na Universidade Estadual de Portland, em 1958.
"Tinha como objetivo devolver o livro, mas acabei por nunca o fazer", lia-se no recado deixado, em que o homem também se justifica.
"Depois de o reler, percebi que cada vez mais este livro, mais do que nunca, deve ser colocado em circulação. Partes significantes são importantes hoje como eram há 65 anos", referiu o homem, exemplificando com uma parte da página 207. "Simplesmente acrescentem as palavras 'internet' e 'redes sociais', e estamos a ler sobre 2023", escreveu.
"Desculpem o atraso", rematou, acrescentando que, "aos 86 anos, quis limpar a sua consciência". O recado é data de 16 de maio deste ano, mas a biblioteca só agora informou que o livro foi devolvido.
As primeiras edições foram publicadas em 1949, e nelas Orwell fala sobre a opressão, o controlo por parte dos governos ou propaganda política. É uma crítica ao poder de manipulação e um aviso sobre os perigos do autoritarismo.
No final do ano, o livro liderava a lista das obras mais vendidas na Rússia. De acordo com a Tass, o livro foi a obra de ficção mais popular de 2022 na livraria online russa LitRes, e o segundo livro mais popular em qualquer categoria.
Leia Também: Barbara Kingsolver vence Women's Prize for Fiction com 'Demon Copperhead'