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Kakhovka. Kyiv volta a pedir ajuda e critica "vergonhosa indiferença"

Chefe de Estado ucraniano reitera pedidos para que organizações internacionais enviem ajuda a áreas ocupadas afetadas pela rutura da barragem de Kakhovka, no sul da Ucrânia.

 Kakhovka. Kyiv volta a pedir ajuda e critica "vergonhosa indiferença"
Notícias ao Minuto

23:29 - 10/06/23 por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo Guerra na Ucrânia

O presidente da Ucrânia, Voldymyr Zelensky, lamentou, este sábado, "a vergonhosa indiferença" à tragédia causada pela destruição da barragem de Kakhovka, no sul do país, reiterando o seu pedido para que as organizações internacionais humanitárias se juntem às operações de resgate, especialmente nas áreas ocupadas.

"Infelizmente, vemos que, em alguns níveis do mundo, há simplesmente uma vergonhosa indiferença ao ecocídio e à tragédia humana causada pelo ataque terrorista russo à barragem da Central Hidroelétrica de Kakhovka", começou por dizer o chefe de Estado ucraniano, no seu habitual discurso noturno.

"Quando as organizações internacionais que deveriam proteger a vida em escala global não têm tempo para organizar e enviar uma missão de resgate ao território ocupado, mesmo numa semana em que alguns atores mundiais não se atrevem a sair, mesmo com declarações claras e fortes a condenar este novo crime de guerra russo, os terroristas são simplesmente alimentados por esta fraqueza do mundo, esta indiferença – isso encoraja-os", acrescentou.

Ainda assim, Zelensky assegurou: "Estamos a pressionar e a incentivar para que as organizações internacionais e o apoio internacional cheguem à parte da região de Kherson onde os ocupantes estão agora."

Segundo o presidente da Ucrânia, "até agora, mais de 3.000 pessoas já foram evacuadas nas regiões de Kherson e Mykolaiv". No entanto, lembrou que este é um território livre, sob controlo ucraniano.

"No território ocupado, só é possível ajudar as pessoas em algumas áreas – os terroristas russos estão a fazer de tudo para aumentar o número possível de vítimas do desastre. O bombardeamento russo continua – mesmo em pontos de evacuação. A Rússia não fornece nenhuma ajuda real às pessoas nas áreas inundadas – não por causa da propaganda, mas pelo bem do povo", sublinhou.

Desta forma, Zelensky lembrou que todas as vidas são importantes e assegurou que fará "o possível e o impossível para que a ajuda chegue" a todo o povo ucraniano.

"E as organizações internacionais devem operar nas nossas áreas, que ainda não desocupamos. Cada vida é importante – toda a região de Kherson, todo o sul. Cada cidade e vila", reiterou, agradecendo a todos aqueles que estão no terreno.

Sublinhe-se que destruição da barragem da Central Hidroelétrica de Kakhovka, na região de Kherson, no sul da Ucrânia, já é considerada um dos maiores desastres industriais e ecológicos da Europa nas últimas décadas.

A subida do nível da água destruiu aldeias inteiras e terras de cultivo, submergiu parcialmente a cidade de Kherson -- ainda a recuperar dos intensos combates do final de 2022 --, fez milhares de deslocados e privou dezenas de milhares de pessoas de eletricidade e água potável, além de expor as populações ao perigo de minas terrestres flutuantes, arrastadas pela enorme massa de água libertada pela rutura da barragem.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou também, até agora, a fuga de mais de 14,7 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,2 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

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