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França "extremamente preocupada" com situação no Senegal apela ao diálogo

A chefe da diplomacia francesa apelou hoje a "todos os senegaleses para que se abstenham da violência", manifestando confiança na sua capacidade de pôr termo ao surto de violência no país, "através de um diálogo inclusivo, pacífico e democrático".

França "extremamente preocupada" com situação no Senegal apela ao diálogo
Notícias ao Minuto

18:20 - 06/06/23 por Lusa

Mundo Senegal

"Estamos preocupados com a violência que eclodiu na semana passada e a França tem manifestado esta opinião desde o início dos acontecimentos", disse Catherine Colonna, numa intervenção no parlamento francês.

"Estamos extremamente preocupados porque o Senegal é um país amigo e um parceiro importante para a França", acrescentou.

Na semana passada, o Senegal viveu o pior momento de violência dos últimos anos, após a condenação em tribunal do líder da oposição, Ousmane Sonko, candidato às eleições presidenciais de 2024.

Sonko foi absolvido da acusação de violação de uma empregada de um salão de beleza em Dacar, mas o tribunal condenou-o a dois anos de prisão por ter incitado a jovem a cometer um atentado ao pudor.

O caso dominou as manchetes dos jornais durante dois anos. Mas a questão da violência sexual foi relegada para segundo plano devido à politização do caso.

A condenação torna Sonko inelegível para as eleições presidenciais de 2024.

O Presidente, Macky Sall, principal alvo das críticas de Ousmane Sonko, continua sem esclarecer sobre as suas intenções para 2024, mas existe uma forte oposição à sua candidatura com base no respeito pela Constituição, que impede um terceiro mandato.

No parlamento francês, Catherine Colonna salientou que confia nos senegaleses.

"Tenho confiança na capacidade do povo para resolver esta crise, para sair deste momento difícil através de um diálogo inclusivo, pacífico e democrático, para que as eleições de 2024 possam ser realizadas de acordo com as regras da democracia e da lei, e na tradição deste país", disse Catherine Colonna.

Para tentar conter a violência, que provocou a morte de 16 pessoas, as autoridades senegalesas cortaram no domingo o acesso à Internet móvel.

"Devido à disseminação de mensagens de ódio e subversivas num contexto de perturbação da ordem pública em algumas localidades do território nacional, a Internet de dados móveis encontra-se temporariamente suspensa em algumas faixas horárias", anunciou o Ministério das Comunicações, Telecomunicações e Economia Digital através de um comunicado.

"As operadoras de telecomunicações são obrigadas a cumprir os requisitos notificados", acrescentou, algo que foi confirmado através da rede social Twitter pela empresa Orange.

O portal Netblocks também noticiou a interrupção do serviço neste país vizinho da Guiné-Bissau, e a agência espanhola Efe pôde verificar, em Dacar, as dificuldades no envio de mensagens através da aplicação de mensagens Whatsapp.

As autoridades senegalesas impuseram esta medida depois de já na quinta-feira terem restringido o acesso às redes sociais (como Twitter e Facebook), algo criticado por organizações como a Amnistia Internacional e a Repórteres sem Fronteiras, que considera que o trabalho dos jornalistas no Senegal está gravemente perturbado.

Leia Também: Meste corânico detido no Senegal sob acusação de violação de alunas

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