Meteorologia

  • 26 ABRIL 2024
Tempo
13º
MIN 12º MÁX 17º

Tabaco já rendeu mais de meio milhão de euros em impostos em Cabo Verde

A venda de tabaco rendeu ao Estado cabo-verdiano mais de meio milhão de euros em três meses, com o imposto aplicado a cada maço, que aumentou de preço no primeiro dia do ano, segundo dados oficiais.

Tabaco já rendeu mais de meio milhão de euros em impostos em Cabo Verde
Notícias ao Minuto

11:10 - 06/06/23 por Lusa

Mundo Tabaco

Segundo dados da execução orçamental de janeiro a março, compilados hoje pela Lusa, o imposto sobre o tabaco rendeu aos cofres do Estado o equivalente a 13% dos 470 milhões de escudos (4,2 milhões de euros) esperados, segundo a previsão do Governo, para todo o ano de 2023, neste caso mais 55% face ao inicialmente orçamentado para 2022.

Assim, no primeiro trimestre de 2023, já com a aplicação do aumento previsto no Orçamento do Estado, o imposto sobre o tabaco rendeu 61,1 milhões de escudos (554 mil euros), mais 2,6% face ao mesmo período de 2022.

De acordo com dados dos documentos de suporte à proposta de lei do Orçamento do Estado de Cabo Verde para 2023, em causa está a taxa específica sobre o tabaco, de 90 escudos (0,82 euros) sobre cada maço. Reflete este ano um aumento de 20 escudos (0,18 euros) por maço de tabaco, face à taxa anteriormente em vigor.

O Instituto do Desporto e Juventude cabo-verdiano vai receber este ano quase 1,5 milhões de euros através da consignação, pelo Orçamento do Estado, das receitas com as taxas do tabaco, que aumenta, e sobre o álcool.

"Decorre da política fiscal em prol do ambiente, da saúde e da juventude. O custo anual do tabagismo, recentemente publicado, ronda os 1,62 mil milhões de escudos [14,5 milhões de euros] e mata diretamente mais de 100 pessoas por ano, enquanto a receita se situa na ordem dos 0,4 mil milhões de escudos [3,6 milhões de euros]", justificou o Ministério das Finanças, numa informação enviada à Lusa.

Uma parte dessas receitas ficará consignada em 2023 "aos projetos de investimento, atividades desportivas e às políticas para a juventude", atribuída ao Instituto do Desporto e Juventude.

"Assim sendo, tributar cigarros é salvar vidas. Quanto mais alto for o preço final, maior é a dificuldade de acesso, particularmente para os nossos jovens e mais vidas se salvam. Por outro lado, uma tributação eficiente do cigarro tem implicações no combate à pobreza, na medida em que constitui uma boa parcela do encargo familiar, com particular destaque nas famílias mais pobres", acrescenta o ministério, na mesma informação.

A proposta orçamental também consigna 50 milhões de escudos (456 mil euros) da taxa específica sobre o álcool para esse efeito, totalizando assim 160 milhões de escudos (quase 1,5 milhões de euros) consignados para os projetos daquele instituto para este ano.

A venda de tabaco já tinha rendido ao Estado cabo-verdiano em 2022 mais de 384,5 milhões de escudos (3,5 milhões de euros) com o imposto aplicado a cada maço, acima (120%) do esperado pelo Ministério das Finanças.

A venda de tabaco em Cabo Verde voltou a cair em 2022, para 103 milhões de cigarros, invertendo a recuperação do ano anterior, que foi então o primeiro crescimento em quatro anos, segundo dados da tabaqueira cabo-verdiana.

De acordo com o relatório e contas de 2022 da Sociedade Cabo-verdiana de Tabacos (SCT), a que a Lusa teve acesso, as vendas totais de cigarros recuaram 7% face a 2021, anulando o aumento de 3,2% em 2021. Em 2022, face a 2018, venderam-se ainda menos praticamente 20% de cigarros em Cabo Verde.

Em todo o ano de 2022, a tabaqueira cabo-verdiana, que tem o monopólio da atividade no arquipélago, vendeu 103.163 milheiros de cigarros (mais de 103 milhões de cigarros), contra os 110.971 milheiros (quase 111 milhões de cigarros) em 2021 ou o pico alcançado em 2018, de 127.865 milheiros (quase 128 milhões de cigarros).

Os lucros da SCT caíram 6,7% em 2022, para 217,4 milhões de escudos (dois milhões de euros). Segundo o relatório e contas de 2022 da empresa, o conselho de administração da tabaqueira propôs a aplicação de 200 milhões de escudos (1,8 milhões de euros) em dividendos aos acionistas, mantendo o valor dos últimos anos.

Ainda assim, trata-se de uma quebra, face ao crescimento de 8,3% em 2021, então para 233,2 milhões de escudos (2,1 milhões de euros) que então inverteu quedas sucessivas.

No relatório e contas, a empresa sublinha que os gastos operacionais registaram em 2022 um acréscimo de 25%, "justificado, essencialmente, pelo aumento da Taxa Específica de 40 escudos para 70 escudos [de 36 para 64 cêntimos de euro] por maço produzido e importado".

A tabaqueira sublinha que isso tem impacto "direta e significativamente nos rácios e indicadores" da empresa, desde logo porque "aumenta os preços dos produtos e mercadorias" e "consequentemente o valor das vendas", mas que também "diminui, tendencial e efetivamente, as quantidades vendidas", bem como os resultados.

Leia Também: Apreendidos mais de 900 maços de tabaco em mala 'abandonada' no aeroporto

Recomendados para si

;
Campo obrigatório