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Centenas de jornalistas do grupo americano Gannett em greve

Várias centenas de jornalistas e empregados do principal grupo de imprensa regional dos Estados Unidos, Gannett, entraram hoje em greve exigindo um reinvestimento na cobertura noticiosa local "dizimada" e a saída do patrão da empresa, que atravessa dificuldades.

Notícias ao Minuto

23:57 - 05/06/23 por Lusa

Mundo EUA

Segundo um comunicado do sindicato NewsGuild-CWA, "mais de mil empregados (...) de cerca de vinte redações da Califórnia a Nova Iorque" protestaram hoje e alguns continuarão o protesto na terça-feira.

A face mais visível do grupo Gannett é a rede de jornais USA Today.

O grupo, que também controla o The Palm Beach Post, na Flórida, e o The Arizona Republic, foi adquirido em novembro de 2019 por cerca de 1,2 mil milhões de dólares pelo New Media Investment Group (também conhecido como GateHouse Media), para formar um gigante de mais de 250 publicações locais.

Mas, desde a fusão, "as redações foram esvaziadas, a cobertura noticiosa local foi reduzida e o preço das ações da Gannett caiu quase 70%, muito mais do que concorrentes como o New York Times e a Lee Enterprises", denunciou a NewsGuild-CWA.

As organizações profissionais denunciam a "má gestão" do diretor executivo da Gannett, Mike Reed, que "desmoralizou as redações, impossibilitando os repórteres de tirarem partido dos recursos para produzirem um jornalismo de qualidade".

Reed é também acusado de "dizimar a cobertura noticiosa local em todo o país e de reduzir os salários e os benefícios dos jornalistas".

Desde sexta-feira, estes jornalistas pedem aos acionistas, reunidos hoje na sede da Gannett, na Virgínia, que votem contra a confiança em Reed.

"Com Mike Reed, a Gannett tornou-se radioativa para os investidores. Reed não quer saber de uma estratégia a longo prazo para a empresa investir nos (seus) jornalistas", protestou o presidente da NewsGuild-CWA, Jon Schleuss, numa declaração proferida na sexta-feira.

Mas "apesar dos bloqueios em alguns dos nossos mercados, não haverá perturbações e continuaremos a fornecer informações fiáveis aos nossos fiéis leitores", respondeu um porta-voz da Gannett por correio eletrónico à Agência France Presse (AFP).

Numa altura em que o grupo reduziu em 20% a massa salarial das suas publicações, a direção pretende, segundo os sindicatos, "preservar o jornalismo e (...) proporcionar aos (seus) valiosos empregados salários e benefícios justos e equitativos".

Em tempos diversificada, a imprensa diária regional e local dos Estados Unidos sofreu terrivelmente com as crises sucessivas, nomeadamente devido à pandemia de covid-19.

De acordo com um estudo de 2021 do Pew Research Center, as redações deste país, muito ligado à liberdade de imprensa e de expressão, perderam cerca de 30 000 jornalistas entre 2008 e 2020 (de 114.000 para 85.000).

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