Opositor russo Navalny diz que mantém o ânimo na prisão
O opositor russo Alexei Navalny, que passa hoje mais um aniversário na prisão, afirmou que mantém o ânimo, apesar do endurecimento das condições da sua detenção.
© Lusa
Mundo Alexei Navalny
Navalny, que foi condenado em março de 2021 a nove anos de prisão, faz hoje 47 anos, uma data que é assinalada pelos seus apoiantes com várias iniciativas, na Rússia e fora do país.
A polícia reforçou a sua presença no centro de Moscovo e já fez algumas detenções na Praça Pushkin e em outros locais da capital.
Pelo menos 45 pessoas foram detidas, de acordo com a organização russa OVD-Info, que monitoriza detenções por motivos políticos.
"É claro que eu gostaria mais de não de acordar neste buraco e de ter um pequeno-almoço em família, com um beijo dos meus filhos, de abrir os presentes e dizer: era mesmo isto que eu queria", escreveu Navalny numa mensagem, na qual garante que mantém o ânimo.
O opositor russo afirma estar pela 16.ª vez numa cela disciplinar. Os seus apoiantes dizem que as autoridades procuram afetá-lo psicologicamente, enviando-o regularmente para estas celas com condições muito más durante vários dias.
"Mas a vida é assim: só se consegue progresso social e um futuro melhor se algumas pessoas estiverem dispostas a pagar pelo direito de ter convicções", acrescentou.
Segundo Navalny, "chegará o dia em que dizer a verdade e lutar por justiça na Rússia se tornará uma coisa comum e sem perigo".
O opositor russo, que agradeceu os apoios e saudou todos os "presos políticos" no mundo, deverá ser julgado em breve por "extremismo", arriscando uma pena de mais 35 anos na prisão.
Detido desde janeiro de 2021, depois de regressar à Rússia recuperado de um envenenamento grave que atribui ao Kremlin, Alexei Navalny considera que este novo caso é uma forma de o manter em prisão perpétua.
Em março de 2021, foi condenado a nove anos de prisão por acusações de "fraude" que considera fictícias e tem continuado a enviar mensagens à sua equipa a partir da prisão, falando das condições de detenção e criticando a liderança de Vladimir Putin e a invasão russa da Ucrânia.
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